Com a chegada do verão e as altas temperaturas dos últimos meses, a orientação para beber água e manter a hidratação tem sido amplamente divulgada. No entanto, o excesso pode ter o efeito contrário e fazer mal à saúde. Recentemente, a modelo e atriz Brooke Shields, 58 anos, revelou, em uma entrevista, ter sido hospitalizada por causa de uma hiponatremia: ao consumir muita água de uma só vez, teve os níveis de sódio alterados no organismo, uma consequente intoxicação e perdeu a consciência por um tempo.
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Segundo Rodrigo Dias de Meira, nefrologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), os sintomas deste tipo de intoxicação incluem falta de ar, tontura, queda do estado geral, fadiga, náusea, dores de cabeça, vômito, desorientação mental e até parada cardíaca. No caso da atriz, ela chegou a convulsionar. “O consumo excessivo de água causa desde inchaço nas pernas e no corpo até, em casos mais graves, acúmulo de água nos pulmões e diminuição de minerais do corpo, como o sódio”, explica.
Um rim saudável tem capacidade de filtrar entre 800 ml e um litro de água em uma hora. Quantidades superiores a três ou quatro litros por hora podem aumentar o risco de hiponatremia. Embora o problema desencadeado possa ser grave, a incidência é rara. Segundo o médico, para que se desenvolva, é necessário que a pessoa consuma entre 15 e 20 litros de água por dia. “É uma quantidade muito grande e praticamente inviável de ser ingerida, portanto, salvo situações especiais, o consumo de água é seguro”, reforça.
E, para manter a saúde em dia e garantir a boa hidratação, o médico recomenda a ingestão de dois a três litros de água por dia. “Essa quantidade supre muito bem as necessidades de um adulto. Em dias muito quentes, é recomendado aumentar a ingestão em 500 ml a 1 litro (1 ou duas garrafinhas). E vale salientar a importância de uma boa hidratação após as atividades físicas”, orienta.
Nos casos em que a hidratação está insuficiente, o corpo sente. “A sensação de mal-estar, dor de cabeça, irritabilidade, por exemplo, também podem indicar uma desidratação leve e a necessidade de aumentar o consumo de água. Por isso, fique atento aos sinais do corpo e nestes casos, reavalie o consumo de água”.
Outra dica importante é observar a coloração da urina, que dá ótimos indícios se o consumo de água está adequado ou não. Quanto mais clara, melhor. Quando apresenta coloração amarela forte ou alaranjada, indica que está concentrada e por isso, falta água.
O especialista destaca que, de modo geral, as pessoas idosas sentem menos sede e por isso, acabam ingerindo menos água. “É importante estimular o consumo de água em pessoas mais velhas, ofertando líquidos mais vezes ao dia, deixando sempre jarras ao alcance, especialmente no caso de pessoas acamadas”, sugere.
Outro ponto de atenção são medicamentos, que podem interferir no processamento de água no organismo. “Os diuréticos, remédios usados para tratamento de pressão alta e inchaço associado a doenças renais, cardíacas ou hepáticas, aumentam a quantidade de urina e, portanto, diminuem a água no corpo. É essencial que essas medicações só sejam utilizadas com orientação médica, já que o uso inadvertido pode levar à pressão baixa, desidratação, piora da função renal e quedas”, diz.
De acordo com Meira, a água – na medida certa – tem extrema importância para uma vida saudável. “Cerca de 50 a 60% do nosso corpo é composto de água, a depender da idade e do sexo. É essencial para diversos processos do nosso organismo, como, por exemplo, a manutenção da pressão, da perfusão do sangue, e das funções renal e cardíaca adequadas”, afirma.
E tem mais:
Elimina toxinas por meio da urina;
Transporta nutrientes e detritos celulares resultantes de processos metabólicos;
Faz o transporte de enzimas, hormônios e células sanguíneas;
Lubrifica as articulações;
Ajuda a regular a temperatura corporal.
*Informações Assessoria de Imprensa