Por Cláudia França Cavalcante Valente*
O Prêmio Nobel de Medicina de 2023 foi concedido ao imunologista Drew Weissman e à bioquímica Katalin Karikó, pelo desenvolvimento da tecnologia utilizada nas vacinas covid-19 de RNA mensageiro (mRNA). Vacinas que foram aplicadas bilhões de vezes, salvando milhões de vidas em todo o mundo e representando a pronta resposta da ciência a uma ameaça à saúde mundial em 2019, o vírus SARS-Cov-2. Katalin Karikó é a 13ª cientista mulher a ganhar o Prêmio Nobel. Nascida na Hungria, migrou para os EUA. Ela disse à revista Nature: “Que esse prêmio inspire as mulheres, os imigrantes e todos os jovens a serem perseverantes e resilientes”.
As vacinas de mRNA usam uma porção altamente purificada e de fita simples do mRNA para codificar uma proteína viral específica: a proteína Spike (S) do SARS-CoV-2 que estimula a resposta imune celular e humoral. Outra grande característica inovadora dessas vacinas é que o mRNA é formulado em nanopartículas lipídicas que permitem a entrada na célula, levando à expressão transitória da proteína S. O uso dessa tecnologia está somente iniciando, e ela está sendo estudada para o desenvolvimento de vacinas para o câncer e novas gerações de vacinas covid-19.
A imunização representa um dos pilares da saúde pública mundial e evita mais de três milhões de mortes por ano em todo o mundo. A vacinação contra a covid-19 foi essencial no controle do número de mortes e de hospitalizações pela doença. No Brasil, a campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou em janeiro de 2021 — desde então, o número de hospitalizações de pessoas que completaram o esquema vacinal diminuiu consideravelmente. Mais uma vitória das vacinas na história da saúde.
No L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia da ASBAI, que será realizado de 17 a 20 de novembro de 2023 em Maceió, Alagoas, com o tema “100 Anos da Atopia: As…
