Boletim ASBAI Edição Nº 65 | EDITORIAL


Prezado associado,

A World Allergy Organization (Organização Mundial de Alergia) escolheu a asma e as doenças respiratórias alérgicas como tema da Semana Mundial da Alergia de 2022. O objetivo da campanha é alertar e aumentar a conscientização sobre essas doenças que acometem cerca de 1/3 da população mundial, sendo as prevalências da asma e da rinite estimadas em 10% e 30%, respectivamente. A rinossinusite crônica, síndrome que pode ter um componente alérgico, acomete 5 – 12% da população geral. Extremamente importante também chamar a atenção para as doenças alérgicas mais raras que são subdiagnosticadas e acarretam grande sofrimento aos pacientes, como a micose broncopulmonar alérgica, a pneumonite de hipersensibilidade e a granulomatose eosinofílica com poliangeíte.

A asma é um problema de saúde pública mundial por sua alta prevalência, morbidade e custo, podendo inclusive ser fatal. A doença é um bom exemplo de como o tratamento das enfermidades imunoalérgicas tem evoluído. Inicialmente, o principal objetivo do tratamento da asma era aliviar o broncoespasmo, facilitando o fluxo de ar pelas vias aéreas; foram desenvolvidos broncodilatadores cada vez mais seletivos e de melhores características farmacocinéticas e farmacodinâmicas, e os dispositivos inalatórios também se tornaram mais eficientes. Porém o grande avanço no tratamento da doença foi baseado no conceito de que, subjacente às crises de broncoespasmo, existe um processo inflamatório que precisa ser tratado. Os corticosteroides inalados, um marco no tratamento da asma, mudaram a evolução natural da doença, inclusive de sua mortalidade. Mais recentemente, o advento dos imunobiológicos tem permitido o tratamento de pacientes com formas mais complexas e graves da doença. Nos últimos 20 anos, observamos redução superior a 75% no número de internações por asma nos hospitais do Sistema Único de Saúde (Figura 1);…



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