Thais A. de Almeida, oncologista clínica do IOP – Instituto de Oncologia do Paraná, desempenhou um papel fundamental no estudo LAURA, um dos destaques no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), principal evento global na área, que aconteceu de 31 de maio a 4 de junho em Chicago, Illinois (EUA). O ASCO é reconhecido por reunir médicos e pesquisadores de todo o mundo para avaliar os estudos mais avançados e inovadores na luta contra o câncer.
O câncer de pulmão do tipo não pequenas células, especialmente em estágio avançado, representa um desafio significativo na oncologia. A maioria dos pacientes já chega aos consultórios com a doença em estado avançado ou localmente avançado (estágio III). Cerca de 90% dos casos em estágio III são considerados irressecáveis (não cirúrgicos). O tratamento padrão para esses pacientes inclui quimioterapia e radioterapia, seguidas de imunoterapia com durvalumab. No entanto, cerca de um terço dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas do subtipo adenocarcinoma possuem uma mutação no gene EGFR e a resposta a imunoterapia nesse cenário é um pouco inferior.
O estudo LAURA no qual Thais foi uma das principais investigadoras, teve como objetivo avaliar a eficácia do osimertinib, um medicamento oral específico para pacientes com a mutação EGFR, em comparação ao placebo, em pacientes com câncer de pulmão estadio III irressecável que obtiveram resposta parcial ou doença estável após quimiorradioterapia. Os resultados foram impressionantes: pacientes tratados com osimertinib apresentaram uma sobrevida livre de progressão de 39 meses, em contraste com apenas 5 meses para aqueles que receberam placebo. Além disso, a sobrevida livre de progressão em dois anos foi de 65% com osimertinib, comparado a 13% com placebo, com uma toxicidade baixa e manejável.
Esses resultados, aplaudidos durante o ASCO, destacam uma mudança significativa na conduta atual para o tratamento de câncer de pulmão não pequenas células, estágio 3, irressecável. Anteriormente, a imunoterapia era a opção padrão, mas agora, pacientes com a mutação EGFR podem se beneficiar de um tratamento oral específico, personalizado e com um perfil de toxicidade mais favorável.
Thais A. de Almeida ressalta a importância desse avanço para a comunidade médica e para os pacientes. “Os resultados deste estudo mudam nossa abordagem e oferecem uma nova esperança para um grupo significativo de pacientes. É um passo importante na personalização do tratamento oncológico, permitindo um cuidado mais eficaz e menos invasivo,” afirmou.
Importante dizer ainda que este estudo LAURA foi desenvolvido dentro do Hospital Erasto Gaertner e patrocinado pela AstraZeneca e representa um avanço significativo na oncologia clínica. Esse estudo não é o único e reflete o compromisso contínuo do IOP em participar e promover pesquisas de ponta. Além desse estudo, outros ensaios clínicos com terapias personalizadas estão em andamento no IOP, indicando um futuro promissor para o tratamento do câncer de pulmão e outras neoplasias.
*Informações Assessoria de Imprensa