Verde que te quero Verde

Com promessa de um domingo de sol, saímos do ponto de encontro, no Parque Barigui, em busca de um pouco de aventura e adrenalina, com nossos amigos de trilha, Nelinton e Angela, e seus dois filhos, Eduardo e Heitor. Não seria a nossa primeira aventura juntos. Faço questão de mencionar que nos conhecemos há alguns anos e, desde o primeiro encontro, quando descobrimos nossa paixão em comum, quando possível, nos reunimos para curtir algum desafio na natureza. Nossa sintonia é muito boa e é impossível não sentir gratidão por pessoas assim, especialmente em tempos de isolamento e distanciamento.

 

O GPS nos levou à cidade de Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, a cerca de 30 quilômetros da capital. Esta encantadora cidade, atualmente, possui grande destaque no setor do turismo de aventura.

 

Segundo informações da prefeitura local, suas três unidades de conservação demonstram o grande interesse na preservação da riqueza natural. Os casarios coloridos que contracenam com as belas paisagens formadas pela flora e fauna local, refletem a alegria e o esmero dos imigrantes poloneses e italianos que por lá se instalaram. Vale a pena conhecer os atrativos da região.

Fizemos nossa primeira parada na Pedreira do Lago Azul, saindo da Estrada do Cerne (PR-090) e seguindo pela Trilha do Ouro, cerca de seis quilômetros de estrada de saibro, até o nosso destino.

Aqueles que, como eu, se aventuraram na pedreira alguns anos atrás, quando não havia segurança alguma, serão surpreendidos com a atual infraestrutura do local, com guarita, estacionamento, banheiro e quiosques que servem deliciosos sanduíches, frutas orgânicas, bolos e bebidas em geral. Além disso, a pedreira atualmente é cenário de alguns esportes radicais, como o rapel e o rope jump, além do passeio de caiaque no lago, de onde é possível observar a pedreira de baixo e fazer belos registros, e do passeio de 4 x 4, que viabiliza o acesso a algumas pequenas cachoeiras da região. Tudo isso faz parte do projeto do Parque Ecológico Campo Mago – Lagoa Azul/Pedreira de Campo Magro, a ser entregue nos próximos anos. Inclusive, segundo informações obtidas no local, já estão em fase de construção um palco e uma piscina ao ar livre.

Aproveitamos a manhã para fazer algumas fotos, experimentamos os morangos orgânicos vendidos no quiosque e, de quebra, remamos nas águas do lago, de onde pudemos assistir de camarote outros aventureiros saltando da pedreira, de uma altura de 100 metros, no rope jump. Ficamos muito encantados com o passeio e já nos comprometemos a voltar, em breve, para o rapel. Quem sabe ainda neste verão.

Alguns quilômetros adiante, nossa segunda parada: o Morro da Palha (1.190m de altitude), um dos destinos mais procurados nessa região para a prática de parapente, asadelta, motocross, jipecross, mountainbike e hiking.

Morro da Palha (Foto: Acervo Pessoal)

Como o sol já estava a pino e o calor era intenso e até incômodo, somado à poeira da estrada, decidimos subir de carro até o ponto mais próximo do cume e concluir o trecho à pé, cerca de 400 metros. A estrada que leva ao morro é sinuosa, estreita e os saibros não favorecem a subida em veículos sem tração, o que descobrimos depressa, um pouco antes de quase encalharmos o carro.

Deixamos os dois veículos à beira da estrada, com um certo receio, pois ouvimos falar de alguns assaltos na região. Mesmo assim, seguimos a diante, à pé, rumo ao cume. O sol ardia, sem piedade. O tempo seco e a poeira causaram um certo desconforto, mas nada que já não tivéssemos enfrentado em alguma trilha. Por isso, sempre reforçamos a importância de uma boa hidratação, um lanche leve e saudável e roupas e calçados adequados ao clima e ao terreno. Bastões de escalada também são recomendados.

Chegando ao cume, nos deparamos com a verde paisagem abaixo de nós, de onde pudemos avistar parte da Serra de São Luiz do Purunã e a Cordilheira do Santana com suas belas montanhas, localizadas no município de Rio Branco do Sul. O céu azul e a brisa agradável nos convidaram ao descanso e à contemplação.

Enquanto isso, cinco pilotos de parapente preparavam seus equipamentos para o salto. O dia estava propício para a atividade. Entre uma ascendente e outra, observamos o vento inflar e projetar os velames coloridos. E houve festa no céu, um verdadeiro espetáculo. Ficamos lá, sentados, admirando os corajosos pilotos, entre eles, o mais experiente, um senhor de cabelos grisalhos, veterano na prática do esporte. A sensação de paz e de liberdade que este tipo de atividade proporciona é indescritível.

Após compartilharmos este farto banquete visual, nossos anseios e impressões sobre a aventura, iniciamos a descida até os veículos, satisfeitos com as experiências do dia. No coração, o propósito de voltar, quem sabe, da próxima vez, para um salto duplo de parapente … que os sonhos nunca envelhecem, já dizia o poeta.

Resumo da ópera: conheçam o Circuito Verde que te Quero Verde de turismo rural em Campo Magro! Não haverá arrependimentos. Mas, não esqueçam: toda aventura começa com o planejamento do roteiro e das atividades. Preservem a natureza. Cuidem da vida. Só temos este planeta!

Até o próximo relato, pessoal.

SERVIÇOS:

 

Parque Ecológico Campo Mago – Lagoa Azul/Pedreira de Campo Magro

Endereço: CM-170 Nº270, Campo Magro.

Valor: Estacionamento R$10,00 (por carro).

Contato: (41) 99922-3248

 

Morro da Palha

Joga no google! Sem infraestrutura. Leve tudo o que precisar para um day-off.

*Cris Pereira é graduada em Psicologia pela Universidade Tuiuti do Paraná e atua na área de regulação dos planos privados de saúde desde 2002. É praticante frequente de trekking de aventura há quase três décadas, além de amante de viagens, natureza e fotografia. Neste espaço, compartilha dicas, relatos e impressões de suas aventuras.

Leia outros artigos de Cris Pereira aqui.

Conheça também os demais colunistas do portal Saúde Debate. Acesse aqui.

<

p class=”ql-align-justify”>