O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do desenvolvimento que, geralmente, se manifesta na infância. Porém, pode ser diagnosticado na vida adulta. O aumento de casos pode ter relação com a maior quantidade de informações que a internet, por exemplo, proporciona por meio das redes sociais.
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Para o médico psiquiatra do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Michel Haddad, o aumento da conscientização e educação sobre o transtorno importante, principalmente pelo aumento do diagnóstico em pessoas mais velhas. “O mundo digital ajuda muito na disseminação das informações e acaba gerando um sinal amarelo para a pessoa buscar ajuda para si próprio ou até mesmo para um familiar. É comum que o TDAH seja confundido com outras doenças e para fechar o diagnóstico, o psiquiatra realiza exames clínicos e anamnese para que, nos casos indicados, seja iniciado o tratamento o mais breve possível, a fim de melhorar a sua qualidade de vida”, explica.
O TDAH é caracterizado pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. A falta de foco, de organização, a dificuldade de seguir rotina, sensação de inquietude, dificuldade de esperar ou de ter paciência em terminar um livro podem ser sinais do transtorno. Normalmente, na infância, são crianças agitadas e inquietas, o que pode acarretar prejuízos importantes na escola, na família e no convívio social.
Doenças como ansiedade, depressão podem ser confundidas com o transtorno. É possível que uma pessoa apresente o quadro simultâneo das doenças ou não.
No entanto, a diferença é que o TDAH é associado em relação à impulsividade, atenção e hiperatividade. Já a ansiedade e a depressão estão relacionadas aos sentimentos, que podem impactar no afeto e no humor, sendo caracterizados quando há excesso de preocupação, tristeza e desinteresse pelas atividades corriqueiras.
De acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), cerca de 5% a 8% das pessoas do mundo vivem com TDAH. Estima-se que 70% das crianças com o transtorno apresentam outra comorbidade associada. Especialistas enfatizam que quando o diagnóstico é identificado na fase adulta, pode haver pacientes que até já desenvolveram, ao longo da vida, estratégias de adaptação para suprir algumas dessas deficiências.
“O tratamento de cada paciente é individualizado. Buscar entender a história de vida do paciente e quais comorbidades ele apresenta, podem ajudar a ter mais clareza do caso. Além dos medicamentos que são muito usados para TDAH, existem terapias comportamentais que são associadas ao uso medicamentoso, sendo mais uma das estratégias para o enfrentamento do transtorno.
O Brasil avançou no tratamento de TDAH e lançou mais um medicamento usado para reverter os sintomas que atrapalham e impactam a qualidade de vida dos pacientes. O primeiro medicamento não estimulante, a Atomoxetina, aprovado pela ANVISA para o TDAH, chegou ao Brasil em 2024
Os principais medicamentos, até então, eram a metilfenidato e a lisdexanfetamina. Em resumo, enquanto a atomoxetina atua exclusivamente inibindo a recaptação da noradrenalina, os estimulantes como o metilfenidato e a lisdexanfetamina aumentam a disponibilidade de neurotransmissores como a dopamina e a noradrenalina. A escolha entre esses medicamentos depende das necessidades individuais do paciente, da presença de comorbidades e da resposta ao tratamento.
*Informações Assessoria de Imprensa