O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) se posicionou contrário à retomada das atividades não essenciais definida pelo Governo do Estado em decreto que passa a valer nesta quarta-feira, 10 de março. O decreto inicial da administração estadual, com medidas mais restritivas para conter a pandemia de Covid-19, valeria até esta segunda-feira (8), mas foi estendido em apenas mais dois dias, conforme decisão anunciada na última sexta-feira (5).
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A instituição divulgou uma nota sobre o atual estágio da pandemia no estado. Confira na íntegra:
O Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (Simepar) é contrário a retomada das atividades não essenciais definida pelo Governo do Estado em decreto que passa a valer nesta quarta-feira, 10 de março.
O sistema de Saúde Pública e Privada está em colapso, atuando em capacidade máxima e com filas de espera para internamento em enfermaria e em terapia intensiva. A rapidez com que ocorre a transmissão e o agravamento da Covid-19 só aumenta e não há nenhuma evidência que a situação esteja melhorando.
Por outro lado, a vacinação ocorre muito lentamente sem que a imunização coletiva esteja sequer próxima de ser alcançada.
Neste cenário, retomar as aulas presenciais e abrir o comércio não essencial terá um efeito devastador, aumentando ainda mais o número de mortos e fazendo com que muitas pessoas sequer recebam atendimento médico.
O Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Ministério Público do Trabalho, a Defensoria Pública da União e a Defensoria Pública Estadual enviaram um ofício ao governador Ratinho Junior pedindo que a decisão de retomar atividades não essenciais seja revista e o ‘lockdown’ prorrogado.
Entidades como a APP-Sindicato, que representa os educadores do Estado também são contra a retomada das aulas. Certamente é muito difícil fazer com que as crianças e adolescentes respeitem os protocolos de distanciamento social e as escolas públicas fatalmente se tornarão locais de intensa circulação do novo Coronavírus.
Profissionais de saúde, em especial os médicos e médicas, estão sendo deslocados de suas especialidades para atender na linha de frente da Covid-19, o que é preocupante pois muitos deles não têm o treinamento adequado e suas funções originais ficarão descobertas, atrapalhando pacientes de outras doenças.
O Dr. Marlus Volney de Morais, presidente em exercício do Simepar, entende que o governo do Estado precisa agir com responsabilidade neste momento, priorizando salvar vidas. “Não é hora de sair às ruas. Precisamos fazer tudo que for possível para diminuir a circulação do vírus. A situação econômica é delicada, mas economia se recupera, vidas não.”
O Simepar está conclamando demais entidades da sociedade civil, e os gestores públicos para que pressionem o governo do Estado para que a retomada das atividades seja revista. O correto, inclusive, seria estabelecer medidas mais severas de restrição. Mais do que nunca é preciso ficar em casa, se protegendo do vírus, pelo bem de todos. Fique em casa!
Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná
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