Mudar a forma como os prestadores são remunerados é um dos grandes desafios da área da saúde que influenciam diretamente no bem-estar do paciente. Pensando nisso, a Unimed Paraná, por meio do programa Segurança em Alta, que visa à promoção da qualidade assistencial hospitalar, promoveu no último dia 17 um Webinar sobre novos modelos de remuneração baseada em valor. O encontro on-line contou com a participação de mais de 100 profissionais, foi mediado pelo médico Luiz Henrique Picolo Furlan, da Unimed Paraná, e teve como palestrantes dois gerentes da Seguros Unimed: Flávio Ferreira Zidan e Rafael Marques Ielpo.
No início do evento, Furlan ressaltou a necessidade de mudar o modelo de remuneração para reduzir os desperdícios e melhorar a assistência ao beneficiário. “Temos excesso de utilização de recursos diagnósticos, excesso de intervenções terapêuticas e isso precisa ser mudado. A mudança passa pela forma como a gente remunera”, afirmou.
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Hoje, cooperados e prestadores são pagos de acordo com o volume de serviços realizados: consultas, exames e procedimentos. O objetivo, no entanto, é remunerar com base nos desfechos clínicos ou resultados obtidos com o cuidado prestado. De acordo com Furlan, “o foco deve ser o paciente. A qualidade do cuidado precisa ser avaliada pelo resultado obtido. Dessa forma, o sistema de saúde precisa ser capaz de recompensar o cuidado prestado com maior eficiência. Para isso, é necessário uma parceria orgânica entre os prestadores de serviço e a operadora na definição de protocolos clínicos baseados na melhor evidência científica, bem como os resultados a serem mensurados”.
Desafios
Após essa introdução, Zidan e Ielpo contaram suas experiências com a implantação de remuneração baseada em valor no programa Parto Adequado e na Oncologia da Seguros Unimed. Em ambos os casos, o primeiro passo foi conhecer o cenário atual. Depois, elaborar uma proposta. E, na sequência, encontrar prestadores dispostos a abrir mão do modelo atual. “Primeiro, ninguém queria falar. Depois, quem falava não fazia. Ficamos mais de um ano buscando parceria”, contou Ielpo.
Para que as negociações progredissem, foi necessária muita transparência e um equilíbrio entre os desejos da operadora e da prestadora. “Só conseguimos avançar quando abrimos valores e chegamos a um meio termo”, afirmou Zidan.
O Parto Adequado tem como parceiro a Rede Santa Joana, e a Oncologia, o Centro de Combate ao Câncer, a Davita, o Hospital Oswaldo Cruz e a Pró Infusion.
Parto Adequado
Com o objetivo de reduzir o alto índice de cesáreas, o programa Parto Adequado encontrou na remuneração baseada em valor sua maior aliada. De 2017 a 2020, com um incremento de 40% na remuneração do parto normal, a porcentagem de gestantes que passou a optar por essa modalidade saltou de 1% para 10%.
Entre os indicadores assistenciais do programa estão a proporção de partos cesáreas, o número de novas gestantes por mês, a taxa de mortalidade materna, o número de consultas no pronto-atendimento por beneficiária e a taxa de eventos adversos.
Oncologia
A implantação do novo modelo de remuneração na Oncologia, apesar de ter resultado em um custo direto maior com consulta médica e atendimento multidisciplinar, diminuiu os gastos com infusão e quimioterápicos e reduziu as taxas de internação, reinternação, atendimento em pronto-socorro e UTI. As mudanças favorecem a qualidade assistencial, o cumprimento de boas práticas, a segurança do paciente e a prevenção quaternária.
Outra grande conquista do programa foi conseguir remunerar os hospitais somente pelo cuidado médico com os pacientes. “Queremos pagar o prestador pela atenção à saúde, e não pela margem de lucro do medicamento. Isso eu pago para o operador logístico”, afirmou Ielpo.
Com essa mudança, a assistência passou a ser melhor remunerada, o que equilibrou a balança entre as despesas e o lucro do prestador. Já a operadora não teve ganhos financeiros imediatos, mas passou a ter previsibilidade dos custos nas linhas assistenciais remuneradas por valor. “O principal é mudar o conceito. Se conseguirmos isso, já teremos vencido uma batalha enorme. Depois a gente vai melhorando, para colher os frutos lá na frente. Não estamos preocupados com o amanhã, mas sim com daqui a cinco anos”, ressaltou Ielpo, que enxerga no novo modelo uma forma de manter a sustentabilidade de todo o sistema.
Segurança em Alta
O programa Segurança em Alta tem como objetivo melhorar o nível de qualidade e segurança dos hospitais que fazem parte da rede assistencial da Unimed no Paraná. Por meio da iniciativa, é possível avaliar os processos de assistência ao paciente, elaborar um plano de ação e colocá-lo em prática, sempre visando à melhoria contínua dos processos.
Atualmente, mais de 6 mil leitos, de 53 hospitais, participam do Segurança em Alta, beneficiando todos os pacientes internados, tanto de convênios quanto do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para saber mais e assistir à gravação do Webinar, acesse o site do programa clicando aqui.
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