A terapia hormonal e o risco de câncer impactam nas mulheres no momento de decidir pelo tratamento. Mas, conforme especialista, o recente posicionamento da Sociedade Norte Americana de Menopausa foi atualizado em 2022 (leia aqui), e ratifica que a terapia hormonal é o tratamento mais efetivo para os sintomas vasomotores (os clássicos fogachos e calores noturnos), síndrome genitourinária, além de evitar perda óssea e diminuir o risco de fraturas.
“O tratamento deve avaliar o risco/benefício de cada mulher individualmente, sempre levando em consideração a idade do início do tratamento, tipos dos hormônios, doses, vias de administração e duração do tratamento. A reavaliação desse risco/benefício deve ser realizada periodicamente”, explica Larissa Garcia Gomes, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo (SBEM-SP) sobre terapia horminal e o risco de câncer.
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Os riscos de complicações associadas à terapia hormonal são raros, menos de 10 a cada 10.000 mulheres por ano, porém ainda geram muitas dúvidas nas mulheres enfrentando o climatério. O risco associado à terapia combinada (estrógenos e progestógenos) ou terapia de estrógenos isolados (mulheres sem útero) incluem trombose venosa e cálculo de vesícula. Além disso, a terapia combinada também está associada ao aumento de risco de câncer de mama e AVC.
Porém, dados recentes do seguimento por 18 anos do maior estudo avaliando terapia hormonal na menopausa, chamado WHI, demonstram que não houve aumento da mortalidade por câncer ou doença cardiovascular no grupo de mulheres que iniciaram a terapia hormonal entre 50-59 anos e usaram terapia hormonal por 5-7 anos. “Adicionalmente, considerando o grupo terapia combinada, o risco de mortalidade por todas as causas foi reduzido no grupo tratado versus o grupo placebo, e no grupo terapia com estrógenos isolados, o risco de mortalidade por câncer de mama foi reduzido nas mulheres tratadas versus placebo”, conta a endocrinologista sobre as informações relacionadas à terapia horminal e o risco de câncer.
Logo, nesse grupo de mulheres entre 50-59 anos, apesar do baixo aumento de risco de doenças associadas ao uso da terapia hormonal, essas condições não aumentaram o risco de morte dessas mulheres e novos dados sugerem até proteção de mortalidade, sendo que esses dados precisam ser confirmados e melhor entendidos.
Portanto, de acordo com o posicionamento, nas mulheres jovens com menos de 60 anos ou menos de 10 anos pós-menopausa e que não apresentam contraindicações, a razão risco/benefício favorece o tratamento dos sintomas vasomotores e prevenção de perda óssea. Para os sintomas genito-urinários sem indicações de terapia sistêmica, a terapia local vaginal está recomendada, de acordo com a especialista.
* Informações assessoria de imprensa
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