Síndrome do final de ano deixa as pessoas mais ansiosas

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(Foto: Freepik)

O final do ano, frequentemente associado a celebrações e encontros, também pode ser marcado por desafios emocionais para muitas pessoas. Enquanto alguns se envolvem nas preparações festivas, outros enfrentam sentimentos intensos de tristeza e ansiedade que costumam emergir com maior força nesta época.

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As festividades de fim de ano evocam memórias e experiências emocionais adormecidas. De acordo com a psicóloga Maria Klien, “as datas comemorativas podem agir como espelhos emocionais, refletindo questões internas muitas vezes negligenciadas durante o ano. Esse processo de emergência emocional revela a necessidade de revisitar experiências e ressignificá-las”. Ela enfatiza que compreender essas reações pode ser o primeiro passo para uma transformação mais profunda.

A pressão social que acompanha as celebrações também contribui para o aumento do estresse. “A dinâmica coletiva de exigir uma postura sempre alegre e participativa pode invisibilizar as necessidades emocionais individuais. É essencial que cada um reconheça seus limites e se permita viver esse período de forma autêutica”, explica Maria Klien. Ela observa que o respeito ao próprio estado emocional pode mitigar sensações de inadequação.

A ausência de pessoas queridas, seja pela distância ou pela perda, é outro fator que intensifica as emoções durante esse período. “Esse período muitas vezes amplifica as dinâmicas de luto e saudade, convidando à elaboração dessas emoções. Reconhecer a dor é parte essencial do processo de cura, permitindo um reequilíbrio emocional”, afirma a psicóloga.

O balanço das metas não alcançadas ao longo do ano também pode gerar frustração. “A prática de revisitar expectativas não atingidas é uma oportunidade de reflexão, mas precisa ser acompanhada de uma perspectiva compassiva e realista. Cada objetivo deve ser reavaliado em seu contexto, permitindo um aprendizado que sirva de base para novas construções”, observa Maria Klien.

“A partilha de experiências em redes de apoio, sejam familiares, comunitárias ou profissionais, oferece uma possibilidade de ressignificação e acolhimento. Essa troca gera espaços seguros para a elaboração das emoções”, sugere Maria Klien.

Entre as possibilidades terapêuticas, Maria Klien ressalta a relevância de abordagens integrativas. “O uso medicinal da cannabis tem se mostrado eficaz na regulação do sistema nervoso, promovendo um estado de maior estabilidade emocional. Contudo, sua aplicação deve ser cuidadosamente monitorada por especialistas, garantindo a compatibilidade com as necessidades individuais”, comenta. Ela também sugere que a combinação de terapias, como mindfulness e técnicas de respiração, pode potencializar os resultados.

Respeitar o próprio ritmo é outro ponto enfatizado por Maria Klien. “Cada pessoa possui uma temporalidade emocional própria. Permitir-se viver esse tempo de forma consciente é uma estratégia que promove autoconhecimento e cuidado pessoal”, argumenta a psicóloga. Ela salienta que o autocuidado não deve ser visto como luxo, mas como necessidade.

Para aqueles que enfrentam dificuldades emocionais mais intensas, Maria Klien reforça a importância de intervenções profissionais. “O acompanhamento terapêutico permite a construção de ferramentas emocionais personalizadas, essenciais para enfrentar desafios específicos e desenvolver um bem-estar mais duradouro”, conclui.

*Informações Assessoria de Imprensa

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