Saúde é chave para alto desempenho sustentável nas organizações

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(Foto: drobotdean/Freepik)

O relatório “State of the Global Workplace 2023”, da Gallup, revela que, no Brasil, 45% das pessoas declararam estar altamente estressadas, 20% com raiva e 44% procuravam      sem alarde novos empregos. Levantamento do Ministério da Previdência Social aponta que os afastamentos do trabalho por transtornos mentais cresceram 38% em 2023: o INSS concedeu 288.865 benefícios por incapacidade devido à disfunção da atividade cerebral e comportamental – contra 209.124 em 2022. Além disso, uma pesquisa da Pipo Saúde mostra que a pressão de custos dos planos de saúde está levando as empresas a ampliar o uso da coparticipação (que subiu de 52% para 65% entre 2023 e 2024), enquanto o número de empresas que pagam integralmente o plano de saúde para os colaboradores recuou de 60% para 45%.

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Diante dos múltiplos desafios (social, financeiro, climático e sanitário) enfrentados pela sociedade, o bem-estar das pessoas é considerado cada vez mais algo indispensável, o que mostra a necessidade das empresas investirem em compreender onde estão hoje, com indicadores mensuráveis, e, com estas informações, definirem prioridades e implantarem ações que busquem a melhora da saúde dos colaboradores – e estes, por sua vez, tragam melhorem o desempenho organizacional, sendo Organizações Saudáveis.

Esta clara relação entre a saúde dos colaboradores e a saúde da organização foi confirmada pela pesquisa de Oxford em parceria com Harvard. De acordo com o estudo conduzido pelo pesquisador, economista e docente de Oxford Jan-Emmanuel De Neve, as organizações empresariais listadas nas bolsas de valores que prezam pela saúde corporativa dos colaboradores têm melhores resultados na valorização das ações bem como aumentam em 1,7% o Retorno sobre Ativos (ROA) e alcançam maiores lucros, que chegam a US$ 2 bilhões. Só que a realidade mostra que as empresas ainda esbarram em modelos de gestão organizacional competitivos em detrimento de um ambiente organizacional saudável.

As empresas que buscam reverter este cenário têm utilizado a Ciência do Bem-estar, criada pela Heahty Place, no Brasil e em vários países do mundo, para trabalhar a conscientização desta relação, monitorar o ambiente de trabalho e promover correções utilizando indicadores relevantes para a saúde das pessoas. Segundo o CEO da Healthy Place no Brasil, André Lit, a visão de uma comunidade preocupada com níveis de satisfação, felicidade e conforto cria dois cenários de atuação dentro das empresas. “As empresas que não encararem de frente este assunto encontrarão maiores dificuldades para buscar seus resultados, sem deixar de lidar com todos os outros desafios que sempre enfrentaram. Enquanto as empresas que já estão lidando com este assunto, mesmo que seja na sua fase inicial, já se diferenciam da concorrência e estão se preparando para a sua sustentabilidade no longo prazo”, detalha.

Na visão do executivo, uma organização para ser considerada saudável e com alto desempenho sustentável precisa não apenas ter foco na produtividade e rentabilidade, mas também necessita construir uma estrutura colaborativa com os funcionários e um alinhamento de propósito. Desta forma, aponta, o bem-estar organizacional constitui um ponto essencial para uma gestão estratégica, sustentável e de longo prazo. Conforme Lit, o foco é trazer o protagonismo para as pessoas, com a liderança tendo um papel relevante ao entender a importância do capital humano nos resultados das companhias.

“Os colaboradores são essenciais para que a organização alcance os resultados a que se propôs. Ao mesmo tempo, todo colaborador é potencialmente um talento se a organização se estruturar para apoiar o que ele potencialmente pode oferecer. Colaboradores e organização precisam trabalhar juntos para que os resultados aconteçam. Por isso, ter um alinhamento de atuação construído e continuamente renovado, com uma comunicação que flui pela organização e aponta para as ações futuras”, ressalta.

Organização com bem-estar

No Brasil, a empresa de energia Evoltz entendeu a urgência de transformar o ambiente de trabalho em um lugar que visa o bem-estar dos funcionários. Com o programa da Healthy Place, a Ciência do Bem-estar foi aplicada com objetivo de avaliar a percepção dos colaboradores sobre a sua saúde e a saúde organizacional, bem como a sua relação com os resultados, o desempenho e a produtividade da companhia. “Contamos com 88% de participação do nosso efetivo total.  Segundo a análise, a percepção de 84% desses funcionários é que a empresa é um lugar saudável para se trabalhar. E 94% dos colaboradores entendem com clareza como sua ocupação se encaixa no objetivo geral da organização”, destaca a Head de Pessoas & Cultura da companhia, Miriam Cardoso.

Algumas ações foram implementadas a fim de melhorar o clima organizacional e promover uma qualidade de vida na Evoltz. Uma medida foi a criação do Programa de Apoio ao Colaborador (PAC), que oferece atendimento social, psicológico e suporte emocional. “A saúde e bem-estar dos colaboradores é um pilar estratégico das empresas e este esforço precisa estar relacionado aos resultados dos negócios. Os impactos não são somente nos indicadores tradicionais, como rotatividade, faltas e acidentes, mas precisam incluir produtividade na geração do valor ao cliente e ao investidor, qualidade percebida pelo cliente, criatividade na identificação de soluções e o grande desejo de todas as organizações de atrair e reter talentos”, finaliza o CEO da Healthy Place.

*Informações Assessoria de Imprensa

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