O processo de emagrecer exige perseverança e sacrifícios. Não basta chegar ao peso considerado ideal. Talvez o mais difícil mesmo seja se manter nele. Até mesmo tratamentos mais complexos, como uma cirurgia bariátrica, podem acabar tendo seus efeitos revertidos ao longo dos meses caso o paciente não se dedique firmemente à mudança de hábitos no longo prazo.
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O gastroenterologista focado em tratamentos endoscópicos para obesidade Joffre Rezende Neto explica que a bariátrica pode passar a impressão de não funcionar para muitas pessoas porque a obesidade é uma doença crônica e sem cura. “A bariátrica é uma estratégia para abaixar o peso e tentar controlar uma doença. Entretanto, se o paciente não tiver manutenção prática de atividade física e controle nutricional, ela vai voltar. As estatísticas giram em torno de 40% a 45% de reganho de peso para uma que passou pelo procedimento”, diz.
De acordo com o especialista, é comum que um paciente, após ser submetido à bariátrica, passe por uma fase “de namoro”. “O paciente recebe elogios, troca guarda-roupa, muda a rotina. Então ele está muito motivado e frequenta as consultas com nutricionista, psicólogo e médico”, afirma.
Porém, é no costume que mora a armadilha: “Depois de um tempo o fato de ser magro deixa de ser novidade. É quando o paciente se adapta e começa paulatinamente a recuperar os velhos hábitos. Aí, sim, a doença volta com toda a certeza”, destaca o médico.
Se o reganho de peso se concretiza, uma nova bariátrica não costuma ser a opção mais recomendada. De acordo com Joffre, as cirurgias revisionais têm papel importante apenas quando é detectado algum erro da cirurgia prévia, como uma alça intestinal mais longa ou uma anastomose aberta.
“Quando a cirurgia revisional é feita somente com a finalidade de propiciar perda de peso, ela tem um péssimo resultado, porque a falha não foi da cirurgia, foi do tratamento”, diz o médico. “Esse paciente muito provavelmente não teve aderência ao tratamento da equipe multidisciplinar”, completa.
Dentre as alternativas que restam, estão a cirurgia endoscópica com linha de costura, considerada complexa e de alto custo, e o uso de remédios, que no longo prazo também pode se tornar dispendioso. Assim, uma das alternativas mais eficazes e de melhor custo-benefício é o tratamento com plasma de argônio, aplicado em casos específicos.
“O plasma de argônio é um tratamento minimamente invasivo que é feito por endoscopia, sem necessidade de cirurgia, internação ou cortes. Com o aparelho de endoscopia, é realizada uma cauterização que tem como finalidade fazer com que o estômago diminua seu tamanho para que fique com características parecidas com de quando ele foi operado”, diz Joffre. Com baixo risco e feito de forma pouco invasiva, o tratamento com plasma de argônio possibilita recuperar a sensação de saciedade da cirurgia inicial.
Porém, o especialista ressalta que nem todas as pessoas que passaram por um reganho de peso são adequados para passar pelo procedimento. “É indicado especificamente para pacientes que tiveram reganho de peso após a técnica by-pass e que tenham uma anastomose alargada. Ou seja, é para um tipo específico de cirurgia que sofreu um tipo específico de alteração”, pontua.
Um dos benefícios do uso do plasma de argônio é a baixa necessidade de preparo. Assim como para uma endoscopia, basta estar em jejum e ter um acompanhante. Já o pós é semelhante a uma bariátrica: é preciso passar por uma fase de dieta líquida e pastosa e, posteriormente, seguir o acompanhamento nutricional.
Apesar de todas as facilidades do uso do plasma de argônio, Joffre destaca que não há maneira de se manter saudável sem obrigatoriamente manter a rotina de exercícios físicos, alimentação equilibrada e acompanhamento especializado. “De maneira isolada, o tratamento não é suficiente para promover perda de peso. Entretanto, quando associado ao resgate de uma terapia multidisciplinar, acaba sendo muito efetivo nos casos em que se aplica”, diz.
*Informações Assessoria de Imprensa
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