Você já definiu suas metas para este ano? Cuidar mais da saúde mental é uma das principais promessas com a chegada de um novo ano. Por isso, também é o momento ideal para estabelecer metas. Antes de definir os planos é importante ter em mente os motivos pelos quais você quer atingi-los.
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De acordo com Gabriel Okuda, psiquiatra do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quando um ano se acaba podemos ficar frustrados ao vermos que algumas metas planejadas não saíram do papel. “Pare e pense sobre os planos que não foram cumpridos ao longo do ano e se ainda fazem sentido para o ano que se inicia. O ideal é não ficar frustrado caso não tenha atingido algum objetivo em 2023. Se for algo realmente importante poderá ser inserido no planejamento deste novo ano. Para facilitar, organizar e cumprir as propostas de forma mais leve, uma lista pode ser feita em forma de tópicos por áreas específicas da vida como: família, amizade, saúde física, saúde mental, estudo e trabalho e colocar na geladeira ou em um local visível, para se lembrar durante todo o ano”, sugere o psiquiatra.
Como lidar com o fracasso e situações que não deram certo?
Se o plano não saiu como esperado, é importante respirar fundo, fazer uma pausa, e tentar buscar outras alternativas. “Planejamos nossas metas, mas durante o percurso podem surgir doenças, desemprego, a perda de um ente querido e outras dificuldades que vão nos deixar mais sensíveis. Um exemplo disso foi a pandemia da Covid-19, que fez com que ficássemos mais em casa, e agora as rotas precisaram ser ajustadas, tanto no aspecto profissional como no pessoal. E o que fazer em situações que nos tiram do alcance de nossas metas? Nestes casos ative o plano de ação. Desligue-se por um momento, dê uma pausa, descanse, processe o luto, respire fundo e depois levante a cabeça e siga em frente com otimismo. A vida não é só cobrança, entrega de resultados e produtividade”, esclarece.
Os momentos de pausa e desaceleração ajudam a enfrentar as dificuldades que possam surgir pelo caminho. O estabelecimento de metas mais palpáveis de serem concretizadas ajuda na busca pela mudança de hábito e pode contribuir para evitar frustrações. Às vezes, as pessoas têm propostas extremamente elevadas e inatingíveis. Trabalhar isso envolve um processo que chamamos de autocompaixão, de entender do que se é capaz e aceitar os próprios limites.
Segundo o especialista, é importante separar um tempo para a reflexão e com isso identificar as reais necessidades e quais estratégias devem ser adotadas ao longo dos meses para concretizar os objetivos lançados. “Por exemplo, se a pessoa pretende iniciar o novo ano adotando a prática regular de atividade física para assim deixar de ser sedentário, ganhar mais resistência, aumentar a imunidade e as funções cardiorrespiratórias é preciso começar pela busca da atividade física que ajude a cumprir esses objetivos e que seja adequada para seu estilo de vida”, orienta.Estabeleça prioridades: ao pensar nas metas para 2024, provavelmente muitas coisas surgem na mente. Nesses casos, a lista dos desejos pode ficar extensa e com o passar dos meses dificultar o cumprimento do que foi planejado. Por isso, procure rever essa lista para chegar aos itens que serão suas prioridades e evite criar expectativas que podem acabar em frustração. Após esse primeiro passo, a dica do psiquiatra é ser realista.
“Buscar por resultados que sejam alcançáveis é o ideal para evitar o sofrimento ao longo do processo. Um exemplo que ilustra muito bem esse cenário é a luta contra a balança. Muitas pessoas estão insatisfeitas com o peso e, quando decidem emagrecer, querem perder muito peso em curto espaço de tempo. Essa não é a atitude mais viável de ser adotada, além de ser prejudicial para a saúde física e emocional de quem a adota. Após a identificação das necessidades e definições das metas é hora de agir. Descreva as ações indispensáveis e tenha clareza do que precisa fazer para tirá-la do papel. Esse é um exercício que vale para qualquer tipo de objetivo e ajuda a entender se é necessário fazer ajustes na rotina”, explica o especialista.Saúde Mental: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o Brasil é o país mais ansioso do mundo e um dos líderes em casos de depressão. Este cenário se intensificou nos últimos anos. Uma pesquisa global liderada pela Universidade Estadual de Ohio (EUA) apontou que o Brasil continua líder em índices de ansiedade e depressão na pandemia da Covid-19, com um aumento de 25% em casos envolvendo essas duas doenças. Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode desencadear outros transtornos mentais, como a depressão, que acomete aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Sempre que os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é a hora de buscar ajuda médica para uma avaliação do quadro. Ansiedade e tristeza são características normais do ser humano, mas a partir do momento em que nos impedem de sair de casa, trabalhar, levar uma vida social ativa, nos relacionar com outras pessoas, devemos procurar auxílio.Para conquistar saúde mental neste novo ano, Gabriel Okuda dá algumas dicas: “Priorizar o tempo livre com a família, não se cobrar tanto, se olhar no espelho com carinho e ver todas as qualidades, aplaudir as pequenas conquistas diárias, celebrar os bons momentos com amigos e familiares, e não apenas em datas comemorativas. Fazer atividades ao ar livre evitar o estresse diário e se manter calmo, diante de situações desafiadoras, priorizar a qualidade do sono e ter uma alimentação saudável, são algumas dicas que valem a pena acrescentar na lista de desejos de 2024”, sugere.
*Informações Assessoria de Imprensa
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