Questões de saúde mental têm sido um desafio para 46,43% dos liderados e 38,05% dos líderes. Nesses grupos estão profissionais que receberam diagnóstico médico de estresse, burnout ou ansiedade, além daqueles que não passaram por avaliação clínica, mas se sentem emocionalmente abalados. Os dados integram a 5ª Edição do Estudo Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizado pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, mapeando a percepção de 387 líderes e 387 liderados com nível superior completo, idade igual ou superior a 25 anos e de diferentes regiões do Brasil.
No último ano, você recebeu diagnóstico médico de estresse, ansiedade ou burnout? (múltipla escolha) | LÍDERES | LIDERADOS |
Não recebi diagnóstico médico e sinto que estou emocionalmente bem
Não recebi diagnóstico médico, mas me sinto emocionalmente abalado(a) Sim, recebi diagnóstico de ansiedade Sim, recebi diagnóstico de estresse Sim, recebi diagnóstico de burnout |
61,95%
16,34% 13,17% 10,49% 5,12% |
53,57%
21,43% 19,94% 10,71% 4,17% |
A pesquisa da The School of Life e da Robert Half mapeou, ainda, que 18,20% dos líderes e 21,43% dos liderados estão fazendo uso de alguma medicação psicofarmacológica, principalmente para aumentar a produtividade, aliviar sintomas de ansiedade ou dormir melhor. “A incidência relativamente alta de diagnósticos de estresse, burnout e ansiedade entre líderes e liderados sugere que as condições de trabalho contemporâneas têm prejudicado a saúde física e mental de muitos trabalhadores. Esse cenário pode ser ainda mais grave, considerando que muitos não buscam ajuda e permanecem sem diagnóstico adequado. O uso significativo de medicação psicofarmacológica para aliviar sintomas ou aumentar a produtividade reflete uma tentativa legítima, mas potencialmente insustentável, de lidar com essas pressões. A menos que as causas subjacentes sejam abordadas, a medicação funcionará apenas como paliativo. Para enfrentar esse desafio, é essencial promover um equilíbrio entre trabalho, lazer e descanso, além de cultivar o bem-estar físico, emocional e mental”, explica o psicólogo Saulo Velasco, Head de Aprendizagem na The School of Life Brasil.
Você faz uso de alguma medicação psicofarmacológica? (múltipla escolha) | LÍDERES | LIDERADOS |
Não faço uso de medicação psicofarmacológica
Sim, para aliviar sintomas de ansiedade Sim, para dormir melhor Sim, por outro motivo Sim, para aumentar a produtividade |
81,80%
11,17% 6,80% 2,91% 1,94% |
78,57%
17,56% 8,63% 3,87% 2,08% |
Vale destacar que 50,30% dos liderados consideram que a própria saúde mental é negativamente impactada pela maneira como a cobrança por produtividade acontece na empresa. E quando questionados sobre as três habilidades mais importantes para contornar situações de medo e estresse no trabalho, líderes e liderados elencaram as mesmas soft skills, inclusive com igualdade na ordem de prioridade: inteligência emocional; adaptabilidade e flexibilidade; e capacidade de comunicação eficaz. “Evidentemente, os diagnósticos médicos de estresse, ansiedade e burnout devem ser acompanhados de perto por um profissional da área de saúde. No entanto, não podemos esquecer do papel das lideranças em reservar momentos para a gestão de seu time, em todos os aspectos, inclusive comportamentais e emocionais. É fundamental ter abertura para conversar, apoiar e encontrar, em parceria com o profissional, estratégias para lidar com as adversidades do dia a dia de trabalho de forma mais saudável”, ressalta Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.
Quais habilidades você acredita serem mais importantes para contornar as situações de medo e estresse no trabalho?
(Até 3 respostas) |
LíDERES | LIDERADOS |
Inteligência emocional
Capacidade de comunicação eficaz Adaptabilidade e flexibilidade Habilidades de resolução de problemas Conhecimento técnico especializado Pensamento crítico Habilidades de liderança Capacidade de aprender continuamente Gerenciamento de tempo e prioridade |
69,17%
37,86% 52,43% 33,74% 12,14% 17,72% 10,44% 29,37% 21,12% |
75,00%
34,23% 51,19% 30,36% 16,07% 11,31% 12,50% 21,13% 30,36% |
No quesito “conexão entre líderes e liderados”, 94,17% dos gestores relatam adotar práticas para se conectar com a equipe, como, por exemplo, conversas informais sobre questões pessoais e profissionais (resposta de 72,33% dos gestores na questão de múltipla escolha), feedbacks frequentes e construtivos (60,19%) e a adoção de um ambiente aberto para que os colaboradores expressem suas preocupações sem medo de retaliação (59,47%). Uma parte dos liderados (35,71%), porém, não sente que tem proximidade com seus líderes diretos e alguns destes (18,45%) revelam sentir que isso afeta negativamente o desempenho, a motivação e o engajamento no trabalho.
“A pesquisa vem ao encontro do que tenho conversado diariamente com as empresas. Há uma preocupação muito forte, que não existia anteriormente, de olhar para a saúde mental, também, da liderança e de promover a conexão entre equipes. Acredito que seja um reflexo de toda mudança abrupta que vivenciamos no mundo do trabalho nos últimos anos, que passou a ser híbrido ou remoto. As pessoas precisam do contato físico para criar essa conexão e fico feliz que as empresas estejam olhando para isso. Hoje, 80% dos nossos programas in company têm sido presenciais. São empregadores interessados em extrair a alta performance do time sem que isso custe a saúde dessas pessoas”, ressalta Diana Gabanyi, CEO da The School of Life Brasil.
Ao serem questionados sobre assédio moral, 35,12% dos liderados revelaram já terem se sentido moralmente assediados de diversas formas, enquanto 18,20% dos líderes admitiram que, em algum momento da carreira como gestor, já praticaram assédio moral, com ou sem intenção. “No passado, havia espaço para um estilo de gestão que permitia comportamentos que hoje são intoleráveis. A sociedade evoluiu e o mercado corporativo deve acompanhar essas transformações. Lideranças capazes de escutar e conduzir seus times em ambientes de trabalho saudáveis não só fortalecem o engajamento das equipes e a retenção de profissionais-chave, como promovem a atração de talentos por meio de uma marca empregadora forte”, destaca Sartori.
Na sua empresa atual, você já se sentiu moralmente assediado(a)?
(múltipla escolha) |
LIDERADOS |
Nunca me senti moralmente assediado(a) na empresa em que estou
Sim, sofro ou já sofri sobrecarga de trabalho (receber prazos impossíveis ou sobrecarga de trabalho) Sim, sofro ou já sofri isolamento (ser ignorado ou excluído de atividades de grupo ou de comunicações importantes) Sim, sofro ou já sofri humilhação pública (ser criticado ou ridicularizado na frente de colegas) Sim, sofro ou já sofri ameaças e intimidações (sofrer ameaças de demissão, rebaixamento de cargo ou outras represálias) Sim, sofro ou já sofri difamação e boatos (espalharem mentiras ou rumores maliciosos sobre mim) Sim, recebo ou já recebi atribuição de tarefas degradantes (receber tarefas abaixo da minha qualificação com o intuito de me desmoralizar) |
64,88%
18,15% 14,29% 9,82% 9,82% 9,23% 6,25% |
Em algum momento da sua carreira como líder, você acredita que, mesmo sem intenção, já tenha praticado assédio moral?
(múltipla escolha) |
LÍDERES |
Nunca pratiquei assédio moral ao longo da carreira como líder, com ou sem intenção
Sim, pratiquei sobrecarga de trabalho (impor prazos impossíveis ou sobrecarregar a vítima com excesso de trabalho) Sim, pratiquei isolamento (ignorar ou excluir a vítima das atividades de grupo ou das comunicações importantes) Sim, pratiquei humilhação pública (criticar ou ridicularizar a vítima na frente de colegas) Sim, pratiquei ameaças e intimidações (ameaçar com demissão, rebaixamento de cargo ou outras represálias) Sim, pratiquei atribuição de tarefas degradantes (designar tarefas abaixo da qualificação da vítima com o intuito de desmoralizá-la) Sim, pratiquei difamação e boatos (espalhar mentiras ou rumores maliciosos sobre a vítima) |
81,80%
9,22% 7,04% 4,61% 2,18% 0,97% 0,97% |
*Informações Assessoria de Imprensa
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