
O controle do diabetes na população idosa traz algumas peculiaridades. Perda de apetite e saciedade precoce, redução do olfato, diminuição do paladar e condição bucal prejudicada são algumas características do envelhecimento que, por consequência, pedem uma abordagem terapêutica mais específica.
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Uma das consequências do envelhecimento e que está atrelada às alterações na glicemia é a sarcopenia (diminuição da massa muscular). Isso porque o músculo é o principal consumidor de glicose e, com menos músculos, há menos lugar para glicose entrar por intermédio da insulina, por isso, a glicose após refeição pode ser mais alta.
“A sarcopenia no idoso está associada à inflamação decorrente do envelhecimento e de mudanças hormonais, e a elevação de hormônios como o cortisol também faz com que a quantidade de músculo seja reduzia. Soma-se a isso a menor atividade física e o consumo reduzido de proteína animal (carnes), tudo levando à sarcopenia. É um ciclo vicioso”, explica o Thiago Fraga Napoli, endocrinologista da Sociedade Brasileira de Endocrinologia Regional São Paulo.
O médico pontua abaixo 6 itens que devem ser observados no tratamento do diabetes no idoso:
1. A melhor estratégia no tratamento do diabetes para o idoso que faz uso de muitos medicamentos (polifarmácia) é ver o real benefício que cada medicamento pode trazer;
2. Sempre que possível, o médico tem de ajustar quantidades e doses, visando também facilitar a administração desses medicamentos;
3. É preciso, sempre com orientação médica, priorizar medicamentos que tragam benefícios associados para mais de uma doença;
4. A hipoglicemia no idoso pode não se manifestar claramente como acontece em alguém mais jovem. Desorientação e irritabilidade podem ser os únicos sinais;
5. Para diferenciar uma crise de hipoglicemia dos sinais de uma doença neurológica, o primeiro passo é medir a glicemia do idoso;
6. O paciente com diabetes controlado com medicações que não tragam esse risco dificilmente tem hipoglicemia.
“Em 2019 a Endocrine Society cirou uma diretriz da prática clínica no tratamento do diabetes no idoso para orientar a pratica de profissionais e evitar eventos adversos. É muito importante olhar para esse paciente levando em conta todas as peculiaridades decorrentes do envelhecimento, entre elas, limitações físicas, disfunções cognitivas, audição e visão menos apuradas… essas são algumas das barreiras enfrentadas para cuidar do paciente idoso com diabetes”, finaliza Napoli.
*Informações Assessoria de Imprensa
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