A gravidez é o período em que o corpo da mulher sofre mais mudanças. Aumento de peso, questões hormonais e a saúde do bebê estão entre os principais aspectos a serem observados durante o pré-natal. Com o passar dos meses e com o crescimento da barriga, é comum as mulheres apresentarem dores na coluna por conta do sobrepeso.
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Marcelo Amato, médico neurocirurgião, especialista em endoscopia de coluna e cirurgia minimamente invasiva da coluna, explica que do ponto de vista biomecânico, ocorre deslocamento do centro de gravidade pra frente, não só pelo peso na barriga, mas pelo aumento do abdome e das mamas. Isso leva a alteração de postura da bacia, acentuação da lordose lombar e, consequente, tensão da musculatura da região lombar.
Outros fatores que podem desencadear dores na região lombar são a diminuição do fluxo sanguíneo na coluna – devido à compressão dos grandes vasos pelo útero gravídico – a retenção hídrica e a frouxidão ligamentar, que tornam as articulações da coluna menos estáveis.
Um estudo publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia, com o propósito de avaliar a frequência da lombalgia na gestação, revela que cerca de 50% das mulheres queixam-se de dor lombar em algum momento da gravidez ou durante o puerpério. Em alguns casos – devido a idade mais avançada das grávidas – esse índice atingiu mais de 65%.
Além da coluna, outras articulações de carga como os quadris, as sacro ilíacas, joelhos e tornozelos também podem ser afetados com essas alterações biomecânicas e hormonais.
Os principais fatores de risco relacionados ao aparecimento da dor lombar durante a gravidez são: o aumento de peso e dor lombar prévia. Para o Dr. Amato a melhor forma de cuidar da coluna durante este período é com prevenção, já que a utilização de medicamentos ou a realização de procedimentos fica limitada.
O médico alerta para as seguintes medidas de precaução que devem ser adotadas:
Mas quando o problema está evidente e o repouso não colaborou para a redução das dores é hora de procurar um especialista. Lombalgias refratárias podem necessitar de investigação com exames de imagem, a exemplo da Ressonância Magnética, que é um procedimento seguro para as gestantes por não haver radiação ionizante. Para o tratamento de doenças da coluna, alguns medicamentos podem ser utilizados, e muitas técnicas de fisioterapia podem auxiliar para amenizar a dor.
Em situações mais graves, a gestante pode evoluir de um quadro de compreensão neural secundária à uma hérnia de disco aguada, causando dores incapacitantes e déficit neurológico. Nestes casos, o momento favorável para a realização da cirurgia deve ser discutido entre o neurocirurgião, o obstetra e o anestesista.
A endoscopia da coluna, por ser um método minimamente invasivo, pode oferecer melhor segurança à mãe o ao feto. Também há situações em que é possível esperar o parto para a realização da cirurgia.
*Informações Assessoria de Imprensa