O período pós-Covid requer atenção, incluindo cuidados com as atividades físicas depois da Covid-19. E isso deve ser observado mesmo por pessoas que tiveram sintomas leves da doença. A mesma recomendação vale para quem ficou parado durante a pandemia, em função das restrições, e deseja retomar a prática de exercícios.
O diretor da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), médico cardiologista Abrão José Melhem Junior, explica que qualquer virose – incluindo todas as variantes de Covid-19 – leva a um estado inflamatório que se prolonga em torno de 10 dias para casos leves e 7 dias para assintomáticos (conforme pesquisa publicada no British Medical Journal em Janeiro de 2022). Por isso, o médico orienta que, mesmo em formas leves da doença, a pessoa não deve retornar à prática de atividade física antes de passar por esse período, ainda que esteja se sentindo bem.
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“O estado inflamatório, mesmo que a infecção esteja debelada, pode promover sérios danos ao sistema cardiovascular, em especial ao miocárdio. E temos visto ser muito comum a presença de sintomas frente ao esforço neste período em torno de 7 e 10 dias, alguns relacionados a problemas cardíacos; outros a quadros pulmonares; outros ainda devido ao próprio estado inflamatório prolongado”, ressalta.
Este é um dos motivos para redobrar a atenção para as atividades físicas depois da Covid-19. A SPC recomenda que todos os que passaram pela Covid-19 façam uma avaliação médica ao término dos 10 dias, antes de retomar suas atividades, de preferência com um cardiologista, principalmente se a pessoa tiver histórico prévio de cardiopatia ou fatores de risco cardiovascular.
“Nesta avaliação será decidido se existe ou não a necessidade de exames e serão orientadas as condições de carga para a retomada do exercício, com base na gravidade da Covid, nas condições clínicas atuais, no histórico de doença cardíaca e de condicionamento, e no grau de esforço pretendido, se recreativo, competitivo ou profissional”, reforça o diretor da SPC sobre atividades físicas depois da Covid-19.
Em relação ao uso da máscara na realização de atividade física, o médico salienta que a máscara tem sido indicada em ambientes fechados, com proximidade de pessoas. “Uma vez que a pessoa seja avaliada, esteja em condições de vacinação regulares, pode prescindir dela em locais abertos, ou para aqueles que fazem atividades em suas próprias casas, mantendo o distanciamento de 2 metros de outras pessoas”, indica.
Segundo o diretor da SPC, os estudos de efetividade mostram que a vacina não garante 100% de imunização e, portanto, não impede a infecção por qualquer forma do coronavírus. “Quem está vacinado, entretanto, tem menor chance de reinfecção do que quem não está. Importante lembrar que pessoas com imunidade comprometida apresentam menor chance de desenvolver imunidade após a vacina ou a infecção”, sinaliza.
Por fim, o médico alerta que ainda valem as recomendações de distanciamento, higiene de mãos, máscaras em locais fechados e demais protocolos de segurança, para todas as pessoas: pacientes, recuperados, vacinados, etc. “É possível que mais doses da vacina venham a ser necessárias. Os laboratórios têm buscado aperfeiçoar a efetividade delas. Embora esperando o contrário, não estamos livres de uma nova variante”, lembra.
* Com informações da assessoria de imprensa
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