Oito a cada dez brasileiros sofrem com dor nas costas. Depois de dois anos de pandemia, com trabalhos e aulas em home office, pouca atividade física, falta de ergonomia nos ambientes residenciais, o problema pode ser ainda maior. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a dor na coluna atinge 80% da população e em 2020, foi um dos termos mais pesquisados no Google. A preocupação aumenta quando boa parte dos pacientes se automedica.
A neurologista do Pilar Hospital, e coordenadora do Pronto Atendimento de Neurologia, Claudia Panfilio, explica que a lombalgia (famosa dor nas costas) frequentemente é um problema postural, isto é, causado por uma má posição para sentar, para se deitar, para se abaixar no chão ou para carregar algum objeto pesado. “Outras vezes pode ser causada por inflamação, infecção, hérnia de disco, escorregamento de vértebra, artrose (processo degenerativo de uma articulação) e até emocional”, comenta.
A coordenadora diz ainda a doença se apresenta de duas maneiras: aguda e crônica. “A forma aguda é o ‘mau jeito’. A dor é forte e aparece subitamente depois de um esforço físico. Ocorre na população mais jovem. A forma crônica geralmente acontece entre os mais velhos; a dor não é tão intensa, porém é quase permanente”, destaca.
O ortopedista Luiz Renato Brand, coordenador do Pronto Atendimento de Ortopedia do Pilar Hospital comenta que é preciso tratar para evitar que se torne um problema crônico. “Muitos fatores são importantes para a prevenção, entre eles, a correção postural, principalmente, na maneira de sentar no trabalho e na escola. Na fase aguda muitos exercícios físicos não são indicados, porém, após o final da crise, a prática regular de atividades apropriadas é importante. Quando fizer exercício com pesos na ginástica, por exemplo, é preciso proteger a coluna deitando ou sentando com apoio nas costas. Sempre evitar carregar peso. Não permanecer curvado por muito tempo. Quando se abaixar no chão deve-se dobrar os joelhos e não dobrar a coluna. Evitar usar colchão mole demais ou excessivamente duro”, esclarece.
Qual especialista procurar?
Muitos pacientes não sabem, mas os problemas na coluna podem ser tratados individualmente por neurologistas e ortopedistas, mas também em conjunto, principalmente, os casos crônicos e mais graves, a união das duas especialidades pode fazer a diferença na qualidade de vida dos pacientes. “Nem todos os casos são tratados cirurgicamente, mas, quando há essa necessidade é importante que o paciente esteja bem informado sobre as técnicas avançadas para o tratamento, o uso da tecnologia, como a robótica, microscópios que geram imagens em 3D e ampliam o campo de visão do cirurgião, tudo isso ajuda para uma cirurgia em menor tempo e uma recuperação do paciente mais rapidamente para que possa retomar suas atividades cotidianas”, ressalta a neurologista Claudia Panfilio.
Luiz Renato Brand, que é especializado em ortopedia e traumatologia, destaca que o importante é que o paciente não ignore a dor. “Muitas vezes o paciente fica com medo de ir ao Pronto Atendimento ou hospital ou pensa que pode tratar a dor em casa, se automedicando, pois isso pode agravar ainda mais o caso. A dor nas costas é algo bastante sério e hoje uma das principais causas de afastamento do trabalhador das suas atividades laborais, por mais de 15 dias, segundo ranking do INSS, então, procurar orientação médica sempre é importante para fazer o tratamento adequado”, comenta.
*Informações Assessoria de Imprensa