Está muito frio – ou muito calor -, o cansaço é muito grande, não há tempo disponível, é muito caro, não é gostoso, não há espaço. Quem nunca deu uma dessas desculpas para pular o treino, que atire a primeira pedra. Manter um ritmo recorrente de atividades físicas exige força de vontade e, principalmente, disciplina – e esses dois fatores não são exatamente abundantes todos os dias. Mas, afinal, há maneiras de driblar as desculpas e simplesmente fazer o que precisa ser feito?
De acordo com um artigo publicado na Harvard Business Reveal, a “exercise guilt” (“culpa de exercício”, em tradução livre) é real e pode, de fato, atrapalhar quem está tentando se manter ativo. De nada adianta sentir-se culpado por não conseguir atingir objetivos ou mesmo cumprir cronogramas traçados para a atividade física. O que é preciso, em vez disso, é elencar as “desculpas” que se dá para faltar à academia, por exemplo, e encontrar maneiras de sobrepassá-las.
Frequentar uma academia ou uma aula de dança, natação ou luta pode ser realmente muito caro para muitas pessoas. Mas, embora os espaços de prática física monitorada sejam especificamente pensados para isso, não é estritamente necessário estar em um desses lugares para praticar exercícios. “Há muitos exercícios eficazes que podem ser feitos utilizando objetos disponíveis em casa ou até mesmo o próprio peso. Mais importante que os equipamentos utilizados é a regularidade da atividade física”, explica o coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo (UP) e coordenador técnico da UPX Sports, Zair Cândido.
Muitos praticantes de corrida de rua e outras atividades expostas ao clima podem se desencorajar quando a previsão do tempo está nos extremos da temperatura – muito calor ou muito frio. Entretanto, insistir na prática física mesmo em condições adversas não é tão difícil quanto parece, embora exija algum grau de adaptação. “Se está muito frio para correr na rua, você pode tentar praticar uma atividade interna, como ioga, pilates ou mesmo abdominais na sala de casa”, destaca o professor. Agora, se o problema é calor demais, uma aula de hidroginástica ou alguns minutos de natação podem ajudar a manter o treino em dia sem se sentir exausto.
Trabalhar, cuidar da casa (e dos filhos), ter uma vida social, comer de forma saudável. São tantos compromissos que, muitas vezes, parece não haver tempo disponível para os exercícios físicos. Uma maneira de driblar esse problema é fazendo o possível. Cândido lembra que é melhor se exercitar pouco do que não se exercitar. Para quem não consegue fazer treinos longos, as pequenas rotinas de treino, de 15 ou 30 minutos, já são de grande ajuda para se manter saudável. “Uma caminhada pelo bairro ou 15 minutos subindo e descendo as escadas do próprio edifício são boas saídas para quem tem pouco tempo. Ou você pode encaixar uma sequência de alongamentos ou agachamentos no meio da rotina de trabalho”, aconselha.
A rotina contemporânea, principalmente nas grandes cidades, pode ser exaustiva para boa parte das pessoas. E o cansaço parece mesmo uma boa justificativa para evitar os exercícios físicos – mas não é. Ajustar o horário do treino para quando se está mais descansado – e manter essa agenda – é uma boa estratégia para não ter mais essa desculpa.
“Não é preciso ter uma quadra esportiva ou toda uma academia disponível para sair do sedentarismo. A sala ou o quarto de casa oferecem muitas possibilidades para a realização de exercícios simples, como abdominais, por exemplo”, ressalta o especialista. Ele aponta que, muitas vezes, é melhor fazer o exercício possível no espaço que se tem do que esperar eternamente pela oportunidade de se exercitar em um espaço mais amplo.
Como muitas coisas na vida, fazer exercícios nem sempre é prazeroso. Embora haja, sim, liberação de substâncias como a endorfina durante a prática física, algumas pessoas simplesmente não conseguem começar a gostar de estar em movimento. Mesmo assim, vale a pena insistir na busca por uma atividade agradável. “A dança é, também, uma forma de exercício, assim como brincar com seus filhos no parque. O que é necessário é encontrar algum tipo de movimentação que seja gostosa para você”, finaliza.
*Informações Assessoria de Imprensa
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