Um estudo recente da consultoria Gallup, intitulado “State of the Global Workplace”, revelou um cenário preocupante sobre a saúde emocional dos trabalhadores brasileiros. De acordo com os dados, 46% dos trabalhadores no Brasil estão estressados, 25% relatam tristeza frequente e 18% demonstram raiva. A pesquisa, que entrevistou 128 mil funcionários em mais de 160 países, também posiciona o Brasil em quarto lugar na América Latina em termos de sentimentos de tristeza e raiva, e em sétimo lugar quando se trata de estresse.
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De acordo com a empresária, especialista em gestão e liderança e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten, as emoções desempenham um papel central em como interagimos com o mundo ao nosso redor, tanto na esfera pessoal quanto profissional. “Saber identificar e compreender as emoções é essencial para melhorar o bem-estar e a qualidade das relações, além de influenciar diretamente o desempenho no trabalho. Muitas vezes, emoções como tristeza, raiva e frustração surgem de forma automática, mas quando não são identificadas e gerenciadas adequadamente, podem escalar e impactar negativamente a vida do indivíduo”, afirma.
A importância de identificar as emoções
Em um ambiente de alta pressão e desafios constantes, como o corporativo, emoções não gerenciadas podem levar a conflitos interpessoais, queda de produtividade, procrastinação e até mesmo à síndrome de burnout. Já quando conseguimos identificar e dar nome às nossas emoções, abrimos a possibilidade de lidar com elas de forma consciente e saudável. “A capacidade de reconhecer os próprios sentimentos é um dos primeiros passos para o desenvolvimento da inteligência emocional, uma habilidade fundamental para o equilíbrio nas esferas pessoal e profissional. Reconhecer quando estamos tristes, frustrados ou estressados nos permite tomar medidas proativas para equilibrar essas emoções, seja por meio de técnicas de respiração, prática de mindfulness ou mesmo diálogo com colegas ou superiores. A chave está em não reprimir os sentimentos, mas sim em reconhecê-los e usá-los como guias para entender o que está acontecendo em nossa mente e em nosso corpo”, explica a coach.
Identificar as emoções também contribui para melhorar os relacionamentos interpessoais, tanto no trabalho quanto na vida pessoal, pois quando compreendemos o que estamos sentindo e por que estamos reagindo de determinada maneira, é mais fácil comunicar essas emoções de forma clara e não agressiva, evitando mal-entendidos, promovendo a empatia e gerando uma dinâmica mais positiva com as pessoas ao redor. “A tristeza, por exemplo, pode ser uma reação a um fracasso ou a um sentimento de estagnação, mas ao reconhecer isso, o indivíduo pode encontrar formas de dar um novo significado ao seu trabalho ou à sua vida pessoal, transformando a tristeza em um motor para mudanças e crescimento. Da mesma forma, emoções como raiva e frustração muitas vezes indicam que algo está fora de alinhamento, seja um desrespeito a limites pessoais ou uma desconexão com o propósito profissional”, reforça Daniella.
A influência de fatores externos
Fatores externos, como instabilidade econômica, insegurança no mercado de trabalho, pressão por resultados e sobrecarga de responsabilidades afetam significativamente a saúde emocional dos trabalhadores, intensificando sentimentos de tristeza, estresse e raiva. “Esses fatores geram ansiedade, frustração e, em casos mais graves, esgotamento emocional, prejudicando o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Essas pressões impactam diretamente a subjetividade do trabalhador, exacerbando emoções pré-existentes e podendo desencadear condições como depressão e burnout, afetando também as relações pessoais e a qualidade de vida”, explica a coach.
Nesse cenário, Daniella indica que práticas como mindfulness, a busca por propósito e inteligência emocional são ferramentas valiosas, pois ajudam o trabalhador a identificar e compreender os sentimentos e as influências externas que afetam o bem-estar, possibilitando que a pessoa recupere o controle sobre suas emoções e suas reações diante de fatores adversos. “Diante de um cenário onde a tristeza, a raiva e o estresse estão cada vez mais presentes no cotidiano dos brasileiros, a adoção de práticas que promovam bem-estar emocional é uma necessidade urgente. Seja no ambiente corporativo ou na vida pessoal, o equilíbrio emocional é fundamental para um desempenho mais saudável e produtivo. Entre algumas técnicas, o mindfulness ajuda as pessoas a focarem no presente, promovendo uma resposta mais equilibrada aos desafios diários e a inteligência emocional complementa essa prática ao ensinar a identificar e gerenciar emoções, como raiva e frustração. Além disso, a busca pelo propósito de vida ajuda a dar significado ao trabalho, aumentando a resiliência diante de dificuldades”, destaca Daniella.
Técnicas que podem ajudar a reduzir a tristeza e o estresse no trabalho e na vida pessoal:
1 – Mindfulness (atenção plena): praticar a atenção plena ajuda a focar no presente, sem julgamentos, o que permite lidar melhor com emoções negativas e estresse.
2 – Meditação guiada: a meditação regular, mesmo por alguns minutos ao dia, pode reduzir os níveis de ansiedade e trazer uma sensação de calma e controle emocional.
3 – Exercícios de respiração: técnicas de respiração profunda ajudam a reduzir a tensão e promover um estado de relaxamento imediato em situações de estresse.
4 – Journaling (escrita terapêutica): escrever sobre as próprias emoções e desafios ajuda a processar sentimentos de tristeza e raiva, proporcionando clareza mental.
5 – Atividade física regular: praticar exercícios físicos libera endorfinas, que são hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar, além de reduzir o estresse acumulado.
6 – Gerenciamento de tempo: aprender a organizar o tempo e definir prioridades ajuda a evitar a sobrecarga de tarefas e a consequente ansiedade no trabalho.
7 – Pausas programadas: fazer intervalos regulares durante o trabalho permite descansar a mente e evitar o esgotamento emocional.
8 – Buscar propósito no trabalho: Conectar-se ao significado das atividades profissionais e compreender o impacto positivo do trabalho na vida pessoal pode trazer mais motivação e reduzir o desânimo.
9 – Desenvolvimento da inteligência emocional: aprender a identificar e gerenciar as próprias emoções e a se relacionar melhor com os outros é uma ferramenta valiosa para lidar com frustrações e tensões.
10 – Limites saudáveis: estabelecer limites claros entre a vida pessoal e profissional ajuda a evitar a sobrecarga e a manter o equilíbrio emocional.
*Informações Assessoria de Imprensa
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