Em tempos de Olimpíadas, o esporte ganha evidência, e os benefícios que ele traz à saúde também. A atleta brasileira Raquel Kochhann, que desfilou como porta-bandeira do Brasil durante a abertura dos Jogos Olímpicos, em Paris, é um exemplo de como a prática regular de exercícios físicos pode contribuir para o sucesso do tratamento de pacientes com câncer. Em 2021, a jogadora de rugby foi diagnosticada com câncer de mama. Após a realização de uma mastectomia bilateral para remoção do tumor, entretanto, exames mostraram que a doença também estava no osso esterno, no tórax. Ela seguiu o tratamento e manteve a rotina de treinos. Hoje, de volta às competições, ela celebra uma vitória contra a doença.
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No Dia Nacional da Saúde, celebrado em 5 de agosto, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), reforça a importância da atividade física no enfrentamento do câncer. Anelisa Coutinho, presidente da Instituição, explica que a atividade física é um dos fatores protetores, contribuindo com a redução da incidência de câncer.
“A prática de atividade física é fundamental para o enfrentamento de diversos tipos de tumores e, por isso, a SBOC tem buscado chamar a atenção da população e dos profissionais de saúde sobre o impacto dessa ação na prevenção e no controle do câncer”, afirma.
Uma das autoras do guia “Recomendações de atividade física durante e após o tratamento oncológico” – elaborado pela SBOC, em parceria com a Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS) e INCA, a oncologista clínica Gisah Guilgen, exemplifica os benefícios da prática para o paciente oncológico. “Eles se sentem melhor e mais dispostos, e isso tem um efeito direto na melhora do humor, na melhora do sono e especialmente da fadiga relacionada ao tratamento do câncer. Além de reduzir consideravelmente alguns sintomas como a dor”, afirma.
O guia foi elaborado com base em evidências científicas que demonstram que a atividade física em pacientes oncológicos está associada à redução da fadiga, bem-estar psicossocial – podendo reduzir entre 25% e 33% o risco de depressão e ansiedade durante o tratamento oncológico, e a melhora da qualidade de vida em geral como bem-estar físico, emocional e social.
Mas antes de começar a fazer atividade física, Gisah ressalta que quem está em tratamento deve consultar primeiro o médico para verificar se existe alguma restrição ou cuidado adicional para o seu caso. Ela explica que o ideal para o paciente oncológico seria realizar atividade física monitorada por um educador físico. “Entretanto, se não for possível, é mais importante fazer atividade física mesmo que sozinho, do que não fazer”, completa.
Sobre o melhor exercício para o paciente que está enfrentando um câncer, a oncologista sugere associar atividade física aeróbica com exercícios de força e resistência, como musculação ou pilates. “O paciente precisa buscar uma atividade que goste e que se sinta confortável”, reforça.
Para a população em geral, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos de atividade moderada por semana. Para o paciente oncológico, cada caso deve ser avaliado pela equipe médica responsável, se liberada a prática, o guia recomenda 150 minutos semanais na intensidade moderada, ou 75 minutos semanais na intensidade vigorosa.
Além de ter impacto positivo no tratamento, um estudo prospectivo recente, publicado na revista Breast Cancer, avaliou mais de 10 mil pacientes que tiveram câncer de mama entre 2012 a 2018, e demonstrou que existe uma relação de quanto maior a prática de atividade física por semana, menor é o risco de recorrência da doença ao longo da vida. Pesquisadores em todas as partes do mundo têm estudado também a relação entre a prática de exercícios físicos de maneira regular e a redução da mortalidade em casos de câncer.
“A atividade física deve ser vista como um “remédio” para o tratamento do câncer. Por isso, se o seu médico não abordar essa questão, o paciente deve conversar com ele e começar o quanto antes”, conclui.
Para saber todos os detalhes sobre as recomendações de atividade física durante e após o tratamento oncológico, acesse o guia completo disponível no site da SBOC.
*Informações Assessoria de Imprensa
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