Bullying está associado ao aumento da procura por cirurgias plásticas em adolescentes

bullying
(Foto: Divulgação)

A adolescência é um período de muitas transformações, sejam elas corporais, emocionais ou comportamentais. E é nessa fase da vida que muitos pais ficam apreensivos, principalmente quando ouvem falar sobre bullying. Afinal, durante a puberdade é que as mudanças físicas chamam atenção e causam estranhamento entre os adolescentes.

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O termo bullying vem do inglês bully (‘valentão’, ‘brigão’), e significa ameaçar, amedrontar, maltratar. Em linhas gerais, o bullying se caracteriza por agressões intencionais, verbais, virtuais ou físicas, feitas de maneira repetitiva. Geralmente acomete crianças e adolescentes e pode alterar a percepção do adolescente em relação ao próprio corpo.

Um estudo publicado na Plastic and Reconstructive Surgery, em 2017, por exemplo, indicou que adolescentes envolvidos em bullying são mais propensos a querer se submeter às cirurgias estéticas, pois desta forma podem se tornar mais atraentes e corrigir as possíveis falhas.

Segundo Lincoln Graça Neto, cirurgião plástico, membro e secretário da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional Paraná (SBCP-PR), os procedimentos estéticos acabam sendo uma válvula de escape para pacientes vítimas desses tipos de agressões.

“Pacientes vítimas de bullying e pacientes emocionalmente mais frágeis tendem a ter maior insegurança, autoestima baixa e procuram nos procedimentos estéticos uma forma de ‘amenizar’ suas queixas, se tornarem mais atraentes e, assim, reforçar sua imagem”, ressaltou o médico.

Cirurgias mais comuns na adolescência

De acordo com o cirurgião, os adolescentes são candidatos a cirurgias em casos bem pontuais e específicos, pois na maioria das vezes ainda não têm maturidade suficiente para encarar um procedimento desse porte. “Temos que colocar na balança as vantagens, os riscos e ter a certeza de que o benefício da cirurgia trará melhora na qualidade de vida do paciente”, alertou Lincoln.

No entanto, há alguns procedimentos que podem ser feitos nos adolescentes, pois ajudam na melhora da autoestima, na valorização da própria imagem e podem ainda trazer benefícios funcionais, que ajudam o paciente a realizar melhor as atividades do dia a dia.

As cirurgias mais comuns na adolescência são:

  • ginecomastia (mamas com aspecto feminino em homens);
  • mamoplastia redutora (remove o excesso de gordura para atingir um tamanho de mama proporcional com o corpo e aliviar o desconforto associado com seios muito grandes);
  • rinoplastia (melhora a aparência e a proporção do nariz e também pode corrigir dificuldade respiratória);
  • otoplastia (correção para as famosas ‘orelhas de abano’);
  • correção de cicatrizes.

Apoio familiar e confiança no médico

Antes de um procedimento estético, é importante que pais e responsáveis auxiliem no processo da construção da autoestima, orientando sobre as diferenças, destacando a individualidade e o papel que cada um desempenha dentro da família, na escola e entre os amigos.

“Os pais devem estar atentos ao desenvolvimento dos seus filhos e dar apoio necessário. Uma boa conversa é fundamental, além da exposição de ideias e a busca, quando necessário, da ajuda de bons profissionais, sejam médicos, terapeutas ou psicólogos”, orientou Lincoln.

Outro ponto importante é desenvolver uma relação de confiança entre médico e paciente. Afinal, antes de serem cirurgiões plásticos, os profissionais são médicos e devem fazer a consulta completa, com boa anamnese e exame físico para contemplar o paciente como um todo.

“Em situações de bullying com adolescentes, nosso objetivo é proporcionar o resgate da autoestima, segurança emocional e a sensação de bem-estar. Queremos que o paciente viva em paz com seu corpo e sua aparência”, finalizou o especialista.

*Informações Assessoria de Imprensa

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