A privação de sono, um fenômeno cada vez mais comum, traz consigo prejuízos graves para a saúde física e mental. No Brasil, segundo estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de 2023, 72% dos brasileiros sofrem com algum distúrbio relacionado ao sono. De acordo com a Associação Brasileira do Sono (ABS), em casos crônicos, a insônia costuma ter duração média de três anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças.
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“Não se pode negar que em uma sociedade com mais tempo de uso de telas em todas as faixas etárias e atividade noturna mais intensa, na comparação com décadas anteriores, tem levado ao aumento de problemas relacionados ao sono, com graves consequências à saúde. A qualidade do sono das pessoas é um fator fundamental para o bem-estar do indivíduo e a prevenção de doenças no longo prazo”, alerta o médico, neurologista, da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Edson Issamu.
A insônia, caracterizada pela dificuldade de iniciar o sono e manter de forma contínua durante a noite ou pelo despertar antes do horário desejado, pode levar a um aumento de fatores de risco cardiometabólicos e ao surgimento de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes.
Também está ligada a questões de saúde mental como ansiedade, irritabilidade, transtornos de humor e depressão. Sem o devido tempo de sono, o corpo reage aumentando marcadores inflamatórios, que estão associados a um maior risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Em adultos, com mais de 18 anos, são necessárias pelo menos sete horas de sono de qualidade, à noite, para manter uma boa saúde. Em crianças, entre cinco e sete anos de idade, a privação de sono noturno ameaça o bom funcionamento das vias endócrinas, metabólicas e imunológicas do organismo, fundamentais para a proteção, o desenvolvimento e o crescimento.
A curto prazo, a privação do sono pode causar dores no corpo, cansaço, sonolência excessiva, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração. Já a longo prazo, doenças como diabetes, obesidade, hipertensão arterial sistêmica e doenças cardiovasculares, além de comprometimento do sistema imunológico e doenças gastrointestinais, podem surgir como consequência.
“Para reduzir o risco de privação de sono, é importante que as pessoas adotem hábitos de vida saudáveis, como a prática de exercícios e alimentação saudável, evitar o uso de dispositivos eletrônicos uma hora antes de se deitar e ir para a cama antes das 23 horas, bem como procurar ter uma rotina noturna mais calma”, recomenda Issamu.
*Informações Assessoria de Imprensa
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