De acordo com orientações da Organização Mundial da Saúde, do Ministério da Saúde e de profissionais da área de obstetrícia, o leite materno é recomendado como alimento exclusivo para os bebês até, pelo menos, os seis meses de vida. As indicações são essenciais à população brasileira, como evidencia o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) do Ministério da Saúde, finalizado em março de 2020. Entretanto, a amamentação se torna desafio para muitas mães.
Segundo a pesquisa, o leite materno é o alimento exclusivo de 45,7% das crianças brasileiras menores de seis meses e de 60% das menores de quatro meses. Os dados ainda mostraram que mais da metade dos bebês (53%) continuam sendo amamentados no primeiro ano de vida.
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Embora a amamentação faça parte de um processo natural e fundamental para o desenvolvimento da criança, muitas mães encontram desafios durante esse processo. A apreensão e os questionamentos sobre o assunto são mais frequentes em mães de primeira viagem que ainda estão entendendo como funciona essa etapa da maternidade e, por isso, a amamentação se torna desafio para muitas mães, em diferentes sentidos.
Desafios encontrados na amamentação
De acordo com o Guia Alimentar Para Crianças Brasileiras Menores de 2 anos publicado pelo Ministério da Saúde, diversos desafios podem surgir durante o período de aleitamento materno. Entre eles, os mais comuns são produção de pouco leite, demora na descida do alimento, dificuldade da criança para sugar, leite empedrado, inflamação das mamas, mamilos planos ou invertidos, entre outros.
Em relação à quantidade de leite produzido pela mãe, o guia explica que ela depende do quanto está sendo consumido pela criança ou retirado da mama. Sendo assim, quanto mais vezes a criança for amamentada mais leite a mulher irá produzir.
Os outros desafios encontrados pelas mães também podem ser solucionados. A recomendação do Ministério da Saúde é que o contato com obstetras e pediatras seja aberto sempre que necessário, a fim de buscar todas as orientações de acordo com a situação e quadro da mãe e do bebê.
Amamentação se torna desafio para muitas mães: principais dúvidas
Entre os desafios também estão as dúvidas que podem acompanhar as mulheres antes, durante e depois da gestação. Os questionamentos acerca da temática envolvem diferentes pautas, como a importância do leite materno, quantidade de mamadas durante o dia, prevenção de problemas na amamentação, entre outros.
Por esse motivo, o contato com médicos especializados, uma boa rede de apoio e a informação são pontos fundamentais para uma mulher que irá amamentar.
Qual a importância do leite materno?
O leite materno é um alimento natural rico em nutrientes, vitaminas e anticorpos que alimentam, protegem e auxiliam no desenvolvimento saudável da criança. No entanto, seus benefícios vão além da nutrição.
De acordo com a cartilha “Saúde da criança: Nutrição Infantil – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar”, do Ministério da Saúde, amamentar é um ato importante, pois ajuda a criar um vínculo afetivo entre mãe e filho, estimula o bom desenvolvimento da cavidade bucal e dos dentes, reduz riscos de infecções e alergias, minimiza chances de pneumonias e diminui as taxas de mortalidade infantil. Além disso, amamentar pode conter a incidência de doenças crônicas, como aterosclerose, diabetes, câncer e obesidade.
A amamentação também traz benefícios para a saúde da mulher e para o sistema de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a mãe que amamenta reduz em 6% o risco de desenvolver câncer de mama e o leite materno ajuda a combater a fome e a desnutrição, bem como reduz custos com tratamentos nos sistemas de saúde.
Quantas vezes o bebê pode mamar por dia?
A quantidade de vezes que o bebê pode ser amamentado ao dia também é um fator que gera dúvidas entre as mulheres. A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é que o aleitamento materno inicie-se desde a sala de parto e siga em livre demanda até os 6 meses como um alimento exclusivo. Após esse período, o órgão indica que o leite seja mantido junto à administração de alimentos saudáveis.
A SBP informa que os intervalos entre as mamadas e a sua duração dependem de cada criança. Nos primeiros meses, o recém-nascido deve mamar muitas vezes ao dia em pequenas quantidades. Com o tempo, a sucção do bebê será mais firme e a mamada mais eficaz para alimentá-lo, dessa forma a duração e a frequência da amamentação devem diminuir.
O mesmo informa a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, que diz que não há tempo exato para cada mamada, sendo ela finalizada quando o bebê solta o seio da mãe de maneira espontânea.
Como saber se o bebê está mamando da forma correta?
A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia destaca que, para conseguir oferecer uma amamentação correta, a mãe deve se certificar de que o pescoço da criança esteja ereto ou um pouco curvado para trás e sua barriga encostada no tórax da mãe, com todo o corpo recebendo sustentação.
Além disso, a boca do bebê deve estar bem aberta, o queixo tocar o seio da mãe e deve ser possível ver mais a aréola acima da boca do que abaixo. Ainda conforme a entidade, a dor ao amamentar pode indicar que a pega da criança está incorreta.
Amamentação se torna desafio para muitas mães: como prevenir dificuldades?
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, em uma consulta com o pediatra a partir da 32ª semana de gestação, a mãe pode esclarecer todas as dúvidas sobre a amamentação. As perguntas podem tratar de o que fazer se a mama estiver muito cheia, como prevenir rachaduras nos seios e outras questões.
Aplicativos buscam auxiliar as mães durante a amamentação
As orientações de profissionais da área da saúde ajudam as mães a tirarem todas as dúvidas sobre essa fase da maternidade. No dia a dia com a criança, a organização do tempo das mamadas pode ser um fator diferencial para garantir mais conforto para a mãe e o bebê.
Para ajudar nesse controle, algumas iniciativas têm surgido no meio digital com a proposta de conciliar o aleitamento e as demais atividades diárias, como cuidados com a casa e até mesmo o trabalho presencial. Apesar de não substituírem os pediatras e obstetras, os aplicativos permitem que as mães registrem sintomas e sensações durante a amamentação e levem os dados nas próximas consultas, servindo como uma espécie de diário.
Aplicativos como LactApp, Huckleberry e Meu Bebê – Diário de Amamentação estão disponíveis para os smartphones. De modo geral, as interfaces oferecem registro do tempo de duração e frequência das mamadas, intensidade de dor, presença de rachaduras nos seios, informações sobre amamentação e até mesmo acompanhamento da introdução alimentar dos bebês.
* Informações da assessoria de imprensa
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