Saiba mais sobre o uso da Laserterapia na Odontologia

Laserterapia na Odontologia
(Foto: Divulgação)

Muito se fala sobre o uso do laser em procedimentos estéticos, mas ele também é um ótimo aliado dos tratamentos odontológicos. Por isso, o uso da Laserterapia na Odontolgia ganha espaço para diferentes situações.

O primeiro aparelho de laser foi construído em 1960 e era de alta potência. Com a evolução da tecnologia, foram criados também os de baixa potência, que emitem um comprimento de ondavermelho e infravermelho, que atua nas células, não gera dor, não aumenta a temperatura no local e ainda tem a vantagem de não ter efeitos adversos.

Segundo a cirurgiã dentista Dra. Julia Caroline Telles, da Clínica Ki, em Curitiba (PR), o uso da Laserterapia na Odontologia tem uma série de benefícios. O laser é a ampliação da luz por emissão estimulada de radiação. “Como o laser de baixa potência tem uma luz monocromática, que é direcionada no local onde é trabalhado, ele atua apenas nessa área”, explica. A técnica é a Fotobiomodulação com uso de laser de baixa potência, também conhecida pelos pacientes como laserterapia.

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Seu objetivo é gerar analgesia (diminuição da dor), modulação da inflamação e trabalhar com o reparo de tecido e cicatrização. Além disso, consegue-sedescontaminar o local onde há presença de vírus, fungos e bactérias com terapia fotodinâmica aPDT (junção do laser de baixa potência com corante azul de metileno).

São diversos os usos no consultório, desde aftas; alveolites; perda de olfato e paladar pós-COVID; DTM; herpes labial; hipersensibilidade dentinária; mucosite oral (lesões que surgem como complicação durante o tratamento oncológico sendo quimioterapia e radioterapia cabeça e pescoço); paralisia facial; parestesia; pericoronarite; póscirúrgico para realizar reparo, cicatrização, diminuição de edema e analgesia; queilite angular; trismo (dificuldade de abrir a boca) e xerostomia (boca seca).

Aftas

A recuperação para aftas, por exemplo, é obtida entre 24h e 48h após o uso do laser, além da analgesia que começa já durante a aplicação.

Herpes Labial

Na Fase Prodrômica (inicial), o paciente sente uma coceira, um edema na região onde irão sair as lesões que geram incômodo. Com o olhar da Laserterapia na Odontologia, a aplicação do laser nesta fase tem o objetivo de impedir o aparecimento das vesículas. É realizada a irradiação e reavaliado o paciente em 24 horas. Atuando nesta fase, a vantagem é quenão progride para as demais.

Já na Fase Vesícula, o paciente apresenta as bolhas, que são de alto contágio, além da dor, coceira, e edema. Nesse estágio, é realizada a terapia fotodinâmica aPDTpara descontaminar a região. O paciente é reavaliado após 24 horas, pois podem aparecer novas vesículas ainda no dia seguinte. Se houver aparecimento de novas lesões é realizada terapia fotodinâmica novamente, se não houver novas vesículas, é realizada irradiação para modular o tecido e proporcionar aceleração da cicatrização.

O terceiro estágio é a Fase Crosta: na qual o aspecto é de ferida seca. Não apresenta mais coceira e edema, porém, por movimentos de falar ou se alimentar cria fissuras, traz desconforto e dor ao paciente. A aplicação do laser nesta fase tem o objetivo acelerar o processo de cicatrização.

O ciclo de todas as fases é de 7 a 10 dias e, com a aplicação do laser,conseguimos trabalhar em qualquer estágio, diminuindo o tempo para 24h, 48h ou 72h,dependendo da situação que se encontra, trabalhando sempre com o objetivo de acelerar a cicatrização. Também é possível atuar com tratamento preventivo, quando há recorrência das lesões, diminuindo seu surgimento. Não existe cura, mas conseguimos obter conforto aos pacientes que sofrem com o surgimento das vesículas”, orienta a Dra. Julia.

ATM

Outra aplicação da fotobiomodulação com uso de laser de baixa potência é para as dores na ATM, gerando alívio da dor e modulando a inflamação. “É importante que o paciente já esteja em tratamento, por exemplo, com o uso da placa corretamente. É aplicado o laser de uma a três vezes por semana, para proporcionar conforto”, explica a especialista.

De forma geral, são vários os benefícios, como aceleração do processo de cicatrização, modulação da inflamação, diminuição do edema e conforto por conta da analgesia. Mas é importante a realização de uma avaliação criteriosa para cada tratamento. “Há contraindicação em poucos casos, como em pacientes gestantes (não realizar o direcionamento da luz para região abdominal); lesões sem diagnóstico (como lesões de neoplasia/lesões malignas ou pré-malignas, para não proliferar essas células); áreas hemorrágicas; na pele de pacientes que fazem uso de drogas fotossensíveis; em glândula tireoide em pacientes com hipertireoidismo e em tatuagens”, finaliza.: