Abril é o mês de conscientização em relação ao Parkinson, doença degenerativa, crônica, que causa rigidez muscular, tremor, dificuldades para andar e movimentar o corpo. De acordo com o estudo Global Burden of Disease, trata-se de um dos distúrbios neurológicos mais prevalentes. O Ministério da Saúde, em 2018, informou que o Brasil registrou cerca de 200 mil pessoas portadoras da doença de Parkinson, em relação aos índices globais, que podem alcançar cerca de 8 milhões de pessoas acometidas pela doença.
Doença de Parkinson: principais sintomas e diagnóstico
O diagnóstico da doença é clínico e se dá pela detecção dos principais sinais e sintomas que uma pessoa pode vir a apresentar. Os sintomas mais frequentes podem ser: tremores involuntários, rigidez muscular, lentidão dos movimentos, perda das expressões faciais, lentificação do raciocínio, alterações do sono, depressão e perda do olfato.
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Vale destacar que estes podem ser apenas alguns sintomas diante de um todo. Portanto, é primordial a busca por um atendimento médico adequado, feito, nestes casos, por um neurologista. “Como não há, infelizmente, um exame específico que consiga detectar a presença da doença com precisão, grande parte dos diagnósticos acontecem tardiamente, por isso é fundamental que as pessoas busquem tratamento o quanto antes. Isso pode, sim, proporcionar mais bem-estar e qualidade de vida aos portadores do Parkinson”, afirma doutor Alexandre Venturi, médico neurologista da Clínica IMUVI.
Nas últimas duas décadas, a expectativa de vida da população aumentou em seis anos, com isso, a tendência é que o Parkinson seja cada vez mais incidente, por ser uma doença mais comum na terceira idade. Além disso, outros fatores como a pré-disposição genética, traumas cranianos repetitivos, assim como vida rural com exposição aos agrotóxicos, o alto consumo de produtos como pesticidas, solventes e o contato com alguns metais pesados, também podem contribuir para o surgimento da doença.
Segundo o assessor médico do Grupo FQM e neurologista, Willians Lorenzatto, o quadro se desenvolve em razão de uma disfunção química no cérebro, que causa uma alteração em sua atividade. “Na doença de Parkinson, há uma morte de neurônios da substância negra, que produzem dopamina e desempenham papel importante na manutenção do movimento motor”, esclarece.
Logo no início da doença, o paciente pode apresentar alguns sinais como a dificuldade em atividades básicas (comer, andar e falar). Ainda, é comum que apresente depressão e outras alterações psíquicas. Aos primeiros sintomas, a avaliação clínica de um neurologista é essencial para o diagnóstico da doença.
Quanto mais cedo o quadro é descoberto e tratado, melhor. De acordo com Lorenzatto, novas terapêuticas têm proporcionado uma sobrevida de 15 a 20 anos. “O tratamento da doença de Parkinson é com medicamentos, equipe multidisciplinar: fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista, enfermeira e, em alguns casos, cirurgia. Existem vários medicamentos para a melhora dos sintomas. A terapia é individualizada e muda no decorrer do tempo.”, explica.
Apesar do aumento na expectativa de vida do paciente, os procedimentos não têm o poder de cura, mas proporcionam maior qualidade de vida para a pessoa com Parkinson. O especialista ainda aconselha que haja uma preocupação com a rotina do indivíduo, para que se tenha alimentação equilibrada e pratique exercícios físicos.
O que você precisa saber sobre a Doença de Parkinson : mais sobre tratamentos e medicamentos
Apesar de ser uma doença que não tem cura, existem diversos medicamentos e tratamentos que são capazes de atenuar os principais sintomas da doença, proporcionando muito mais qualidade de vida para os pacientes e seus familiares. Sobre os medicamentos, existem diversos grupos de remédios que podem ser utilizados, mas é importante frisar que a grande maioria deve atuar na elevação de concentração da dopamina no cérebro, o neurotransmissor que geralmente se encontra em níveis muito baixos em quem possui a doença de Parkinson.
A fisioterapia, a cirurgia com implante de estimulador cerebral (uma espécie de “marca-passo cerebral”) são aliados importantes no processo de tratamento da doença de Parkinson, devendo ser indicados corretamente por um médico neurologista especializado. “É muito importante que todos se conscientizem que, ainda que as doenças degenerativas sejam irreversíveis, todos os recursos disponibilizados pela Medicina para amenizar os sintomas desses pacientes, podem e devem ser utilizados. Todos merecem uma vida melhor”, conclui Alexandre Venturi.
Por fim, vale destacar os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT), criados pelo Ministério da Saúde do Governo Federal. São documentos que estabelecem critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os medicamentos e demais terapias apropriadas; assim como as posologias recomendadas e todos os aspectos em torno de uma doença que devem ser cumpridos por gestores do Sistema Único de Saúde e profissionais da área de saúde. A doença de Parkinson, no Brasil, também possui um PCDT e a última versão foi atualizada em 2017.
* Com informações das assessorias de imprensa
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