Quais são os riscos da diabetes? Um perigo silencioso

Os riscos da diabetes podem ser invisíveis. Mas, aos poucos, a doença vai tomando conta e gerando uma série de problemas para a saúde. A diabetes está relacionada com o aumento da glicose no sangue, por problemas na produção de insulina pelo pâncreas ou na ação do hormônio. 

Existem dois tipos de diabetes. O tipo 1 normalmente aparece ainda na infância ou na adolescência por deficiência de insulina. Já o tipo 2 acontece quando o pâncreas não produz insulina suficiente ou o corpo não consegue usar o hormônio de maneira correta. 

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Como, muitas vezes, não apresenta sintomas, os riscos da diabetes se tornam ainda mais perigosos. Por isso, uma avaliação médica e acompanhamento se tornam fundamentais. “É fundamental fazer exames periódicos. A diabetes é uma doença que precisa de cuidados, consultas ao cardiologista e tratamento correto para evitar complicações”, diz o médico cardiologista Rubens Zenobio Darwich, do Hospital São Vicente, em Curitiba (PR).

De acordo com ele, os riscos da diabetes não podem ser esquecidos por aqueles que têm parentes de primeiro grau com a doença. Essas pessoas possuem mais chances de também desenvolverem a diabetes. 

Rubens Zenobio Darwich | crédito: Divulgação

Problemas cardiovasculares

Segundo Darwich, cerca de 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem em decorrência de doenças cardiovasculares, segundo a International Diabetes Federation (IDF). “O paciente diabético é de alto risco para desenvolver doenças do sistema cardiovascular. A diabetes causa lesão vascular e, com isso, uma redução no calibre das artérias do corpo todo, principalmente nas artérias do coração, do cérebro, da aorta e membros inferiores, levando à diminuição do fluxo de sangue durante o bombeamento do sangue pelo coração, o que pode levar ao infarto, à amputação de membros e AVC”, salienta o cardiologista.

O médico ainda afirma que a obesidade também pode elevar os riscos da diabetes e desses problemas cardiovasculares. Por isso, de acordo com ele, a população deve manter hábitos saudáveis, o que inclui uma alimentação com maior ingestão de frutas, legumes, verduras, grãos diversos, oleaginosas, tubérculos, raízes e carnes magras. Paralelamente, deve-se fazer pelo menos 150 minutos de exercícios físicos, largar o tabagismo, consumir menos bebidas alcoólicas e ingerir bastante água.

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Riscos da diabetes na pandemia

A diabetes é um dos fatores de risco para a forma mais grave da pandemia de Covid-19. Pesquisadores ainda estudam o motivo por trás disso. Mas a consequência fez com que muitos diabéticos mantivessem seus cuidados em dia, assim como tantas outras pessoas passassem a cuidar muito mais da saúde para evitar a infecção pelo coronavírus e internamentos devido à Covid-19.

O médico cardiologista e pesquisador da Quanta Diagnóstico por Imagem, em Curitiba (PR), Miguel Morita, explica que ainda não está totalmente esclarecido por que a diabetes se tornou um fator complicador para a Covid-19. Mas é possível que a presença de comorbidades comuns na diabetes, como obesidade, hipertensão e doenças cardiovasculares, contribui para isso. 

“Especula-se também que o processo inflamatório crônico na diabetes possa aumentar o risco de uma resposta inflamatória mais grave quando a pessoa tem Covid-19. Além disso, sabe-se que a hiperglicemia (níveis aumentados de glicose no sangue) em um paciente que tem infecção grave aumenta o risco de óbito, mas isso ocorre com qualquer infecção grave, não somente com a Covid-19”, afirma.

Miguel Morita | crédito: Guto Lavigne

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Especificamente sobre os riscos da diabetes e a Covid-19, existem poucos dados sobre o impacto da diabetes tipo 1 neste cenário, embora acredite-se que também seja capaz de aumentar as chances da forma mais grave da infecção causada pelo coronavírus. “Já pacientes com diabetes tipo 2 que usam insulina geralmente têm uma diabetes mais avançada e com controle da glicemia mais difícil. Por isso, o risco provavelmente é maior”, revela Morita.

No entanto, de acordo com ele, o tratamento adequado previne pioras em infecções. “Há um consenso geral de que o controle da diabetes, pelo fato de reduzir a chance de desenvolver hiperglicemia, reduz o risco da infecção se tornar mais grave. Portanto, vale ressaltar a importância de se fazer um tratamento adequado da diabetes, comparecendo às consultas e mantendo o tratamento”, salienta o cardiologista. 

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