O início da vacinação contra Covid-19 está marcado para o dia 20 de janeiroAMP, mas ainda há muitas dúvidas sobre as vacinas desenvolvidas para combater a doença. Entre os principais questionamentos estão: quais são os efeitos da vacina contra Covid-19, em quanto tempo os anticorpos são criados, uma pessoa vacinada poderá transmitir o coronavírus e se finalmente os vacinados poderão deixar de usar a máscara.
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A convite do Saúde Debate, o médico Gustavo Lenci Marques, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e integrante do corpo clínico do Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), tirou as principais dúvidas sobre vacina contra Covid-19. Confira abaixo:
Depende de qual vacina você tomou, pois cada uma tem seu tempo de ação. No caso da CoronaVac, são duas semanas após tomar a vacina. É o tempo do seu corpo para produzir defesa. Ainda assim, a gente sabe que nenhuma vacina terá 100% na taxa de proteção. Ela reduz proporcionalmente o risco que a pessoa tem.
Os estudos apontam que as duas doses são necessárias para garantir a proteção. À princípio, não seria prudente e nem estaria nos protocolos fazer a imunização com apenas uma dose.
Não sabemos o que aconteceria se uma pessoa tomasse doses de vacinas diferentes. O recomendado é tomar a primeira e a segunda doses da mesma vacina.
Ainda não sabemos. Esta é a desvantagem de ter um estudo mais rápido. Ele garante a segurança e a proteção. No entanto, ainda não se sabe como se comportaria com mutações do coronavírus, por exemplo. São questões que só tempo vai dizer. O foco é acabar com a pandemia agora.
Caso esta pessoa se contamine com o coronavírus, ela pode desenvolver uma forma leve da doença, se estiver vacinada.
Esta pessoa só vai transmitir o coronavírus se ela for infectada e ficar doente, apresentando sintomas da Covid-19. Mas não necessariamente quem pegou vai transmitir menos coronavírus.
Como estes grupos não foram contemplados nos estudos, provavelmente aparecerá esta observação, de que gestantes e crianças não foram objeto da pesquisa. Se a vacinação acontecer, seria por extrapolação, o que deve-se evitar.
As reações, se acontecem, geralmente são muito leves. O risco da vacina é infinitamente menor do que o risco da doença. Podem aparecer dores locais, onde foi dada a vacina, ou mesmo a resposta do corpo enquanto produz anticorpos, como uma febre baixa ou dor de cabeça. Mas são reações muito leves, que podem até acontecer dias depois da aplicação, mas não um, dois anos depois. Em Israel, por exemplo, onde já foram vacinadas milhares de pessoas, não se verificou nenhum evento adverso grave que demandasse hospitalização ou que resultou em morte.
A vacina não tem capacidade de alterar código genético.
Não podemos dizer ainda. Mas é uma proteção para as pessoas que estão mais expostas, como é o caso destes grupos.
Mesmo tomando a vacina, deve-se continuar adotando as medidas de proteção, até mesmo para reduzir as taxas de transmissão global. A vacina não tem 100% de proteção. Por isso, manter essas medidas é importante para que a pandemia termine.
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