Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), os índices de complicação (3%) e de mortalidade (0,02% a 0,05%) em cirurgia bariátrica – que já são considerados baixos – deverão cair ainda mais no Brasil. A SBCBM lançou um programa inédito de Certificação e Acreditação em Cirurgia Bariátrica, com o objetivo de aferir a qualidade do serviço oferecido por hospitais, cirurgiões e equipes multidisciplinares. No dia 18 de setembro, em São Paulo, serão entregues os primeiros 65 certificados aos profissionais e entidades que passaram pelo processo.
O presidente da SBCBM, Marcos Leão Vilas Bôas, explica que a certificação e acreditação trazem benefícios diretos às entidades médicas e equipes, já que influenciarão positivamente na escolha do paciente. “Com este programa estamos elevando os padrões dos serviços acreditados. Além disso, é o reconhecimento público para a excelência de hospitais, para o trabalho dos cirurgiões e de suas equipes multidisciplinares e que trará ainda mais segurança para o paciente”, afirma Marcos Leão.
Leia também – Cirurgia bariátrica requer preparação e acompanhamento profissional
Primeiros do Brasil
Cinco hospitais serão os primeiros do Brasil a garantirem a certificação e acreditação para realização de cirurgias bariátricas e metabólicas. São eles: o Hospital São Luíz – Rede D’Or, em São Paulo; Hospital Santo Amaro, em Salvador; Hospital Alberto Urquiza Wanderley, em João Pessoa; Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora de Fátima, em Patos de Minas e Casa de Saúde Imaculada Conceição, também em Patos de Minas.
A Coordenadora de Qualidade da Fundação José Silveira – Hospital Santo Amaro, em Salvador, Eduarda Carvalho, diz que a Certificação da SBCBM tem a vantagem de ser realizada por especialistas no processos. “O nível de exigência é alto e o processo focado na área de atuação envolve requisitos importantes a serem cumpridos como, por exemplo, a estrutura para receber pessoas com obesidade grave, qualificação da assistência e melhores desfechos clínicos, avaliação presencial dos setores assistenciais e áreas de apoio relacionadas ao atendimento do paciente cirúrgico e elegível à cirurgia bariátrica”, informa.
Outra vantagem, segundo ela, é que, no processo preparatório, o Hospital Santo Amaro conseguiu ampliar as capacitações das equipes, revisar protocolos clínicos e gerenciar resultados específicos da cirúrgica bariátricas. “Hoje somos uma instituição totalmente habilitada, de alta confiabilidade e com processos de qualidade validados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, referência nacional”, completa.
O cirurgião bariátrico do Maranhão, Giuliano Campelo, é um dos que receberá a certificação. “Através de uma auditoria externa fomos avaliados em 19 itens que incluem a capacitação do cirurgião, produção científica, compartilhamento de conhecimento, qualidade da assistência e, principalmente, a segurança do paciente”, conta. “Isso é inédito no Brasil e nos dá segurança para oferecer ao nosso paciente um serviço de confiança e de qualidade certificados pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica”, completa o cirurgião.
Exemplo Internacional
O programa iniciou os processos há cerca de 3 meses e já conta com aproximadamente 400 profissionais da saúde e hospitais cadastrados. A experiência brasileira foi considerada um sucesso pela divisão latino-americana da federação internacional de cirurgia bariátrica e metabólica, a International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (IFSO), e será aplicada em breve pelas Sociedades representativas de cada país que integra a entidade.
Segundo o ex-presidente da SBCBM e responsável pelo projeto de Certificação e Acreditação, Luiz Vicente Berti, o programa proporciona melhora da segurança e acolhimento para os pacientes, segurança jurídica para os hospitais e comprovação do seguimento de protocolos rígidos para cirurgiões e suas equipes. “A certificação é a comprovação de que entidade e profissionais estão aptos para exercer da melhor maneira a cirurgia bariátrica e metabólica”, declara Berti.
Leia também – Obesidade e diabetes: fatores de risco para Covid-19