As doenças cardiovasculares têm sido apontadas como fatores de risco para complicações da Covid-19. Com o início da vacinação contra a doença, no mês de janeiro de 2021, idosos e profissionais de saúde estão sendo priorizados para a imunização. Em meio a dúvidas, uma das perguntas frequentes é se pessoas com doenças do coração devem se vacinar contra Covid-19. A afirmação é positiva, de acordo com Miguel Morita, diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC).
As pessoas com doenças do coração, com doenças cardiovasculares, ainda não têm previsão de quando serão chamadas para a vacinação. Conforme o Plano Nacional de Imunização, em um primeiro momento serão vacinados os idosos em instituições de longa permanência, população indígena e profissionais de saúde.
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Em uma segunda fase, serão atendidos os idosos de maneira geral, começando com aqueles com idade superior a 80 anos; em seguida, os que têm entre 75 a 79 anos; até chegar aos 60 anos. Após esta etapa devem ser contemplados os trabalhadores de força de segurança e salvamento e a população de rua. Pessoas com comorbidades, incluindo aqueles com doenças do coração, seriam atendidos na sequência. Não existem datas definidas para as próximas fases do plano de imunização, pois tudo depende de produção e distribuição das doses.
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p class=”ql-align-center”>Como vai funcionar a vacinação de pessoas com doenças do coração e outras comorbidades, segundo o Plano Estadual de Imunização, que segue as diretrizes do plano nacional. (Foto: Reprodução)
“As pessoas com doenças do coração, com doenças cardiovasculares, devem se vacinar contra Covid-19 com certeza. Isso deve acontecer no momento que for estipulado pelas autoridades governamentais, dentro da sequência estabelecida. Mas com certeza devem vacinar”, enfatiza Morita, que concedeu entrevista ao Saúde Debate no dia 22 de janeiro.
De acordo com ele, as pessoas com doenças do coração e demais doenças cardiovasculares são justamente aquelas com maior risco de apresentar quadros mais graves da Covid-19. “Um tipo de doença cardiovascular, que é a insuficiência cardíaca, aumenta muito o risco da forma grave da Covid-19. Um estudo recente americano mostra que uma em quatro pessoas que interna por Covid-19 e tem o histórico de insuficiência cardíaca morre durante a internação”, revela o diretor científico da Sociedade Paranaense de Cardiologia.
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Pessoas com doenças do coração devem se vacinar contra Covid-19? A expectativa por resultados
Morita lembra que os estudos das vacinas CoronaVac e de Oxford (Astrazeneca), os imunizantes disponíveis até o momento no Brasil, mostraram que são eficazes tanto para o risco de infecção pelo coronavírus quanto para a prevenção de casos graves de Covid-19. Para o diretor da SPC, um dos fatos mais importantes com a imunização é reduzir a chance de eventos graves da doença.
“Para este público, de pessoas com doenças do coração, a expectativa é de que elas sejam ainda mais beneficiadas. Há um estudo publicado no ano passado, antes da pandemia, na Dinamarca, no qual foi feita uma análise interessante mostrando que quem tem insuficiência cardíaca e toma a vacina contra Influenza de forma regular reduz a chance de morte de maneira significativa. Gripe também mata esse público porque é um público mais suscetível. Não tanto como a Covid, mas é também preocupante. Reduzir risco de morte significa que a vacina está salvando vidas. E esperamos um efeito muito semelhante em relação à vacina contra Covid-19”, opina Morita.
Enquanto a vacina não chega para as pessoas com doenças do coração e outras comorbidades, não existe alternativa a não ser seguir as recomendações de prevenção à Covid-19, segundo o especialista. Isso inclui o distanciamento social, uso de máscara e limpeza frequente das mãos (o que inclui o álcool em gel). Morita ainda acrescenta que as pessoas que possuem mais riscos devem evitar ao máximo contato com o público e sair quando realmente for essencial.
Ele ainda chama atenção para a manutenção do tratamento das doenças cardiovasculares, o que é essencial também neste momento. “As pessoas não devem parar o tratamento. São doenças crônicas. O tratamento deve ser mantido para que tudo esteja bem controlado. A doença estando controlada, isto reduz o risco de complicação (em caso de Covid-19)”, frisa.
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