O “novo normal” atingiu todos nós, sem a menor distinção. O estresse também está alto entre crianças e adolescentes durante a pandemia. Esse público também foi forçado a se adaptar à nova realidade e às medidas de prevenção à Covid-19. Frente a esse cenário, hábitos saudáveis de crianças e adolescentes, como praticar atividade física, comer de forma equilibrada e manter uma rotina de sono e relaxamento psíquico, acabam deixados de lado.
Os resultados prévios de uma pesquisa aplicada em escolas em várias partes do país mostram números preocupantes. O levantamento aponta que, entre as crianças de 6 a 11 anos que participaram da pesquisa, 55,8% demonstraram nível de estresse alto; 38,5%, moderado. Dessas crianças, 23,5% indicaram que não estão sabendo lidar com esse estresse. Entre os adolescentes, 74% também apresentaram algum nível de estresse, com 11% deles reconhecendo que não estão conseguindo administrar bem a situação.
De acordo com uma das pesquisadoras, a assessora pedagógica de Educação Física do Sistema Positivo de Ensino, Juliana Landolfi Maia, tais alterações comprometem enormemente o bem estar dos estudantes. “Mudanças de rotina que trazem impactos severos nos hábitos e comportamentos podem causar transtornos psicológicos como ansiedade, depressão e diminuição da motivação, tanto em crianças e jovens, quanto nos adultos”, alerta Juliana.
A pesquisa faz parte do Projeto Fique Bem, elaborado pela equipe de assessores de Educação Física e Arte do Sistema Positivo de Ensino, em parceria com a PsiCOVIDa, uma força-tarefa formada por pesquisadores e professores universitários do Brasil e exterior.
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O projeto tem como objetivo verificar a influência de práticas educativas para a motivação e adoção de comportamentos saudáveis e é aberto para todas as escolas que tiverem interesse em participar. O questionário aborda aspectos que indicam o nível de atividade física, comportamento alimentar, a qualidade do sono e a capacidade de enfrentamento do estresse de cada um. Até agora (início de outubro de 2020), a pesquisa já contou com a participação de 109 escolas, com mais de 3.200 questionários respondidos, entre alunos, pais e professores.
Segundo a pesquisadora, a partir dos resultados colhidos no estudo, as escolas têm a oportunidade de promover ações de desdobramento junto à comunidade escolar para que a percepção de bem estar seja melhorada neste período de pandemia e na volta às aulas presenciais. “Os resultados, em alguns casos, já estão servindo como norteador para a elaboração de planos de trabalho junto aos alunos. Além disso, todos os participantes recebem um feedback individual após responderem a pesquisa. O projeto ficará em vigor até o final de novembro, portanto as escolas ainda podem participar”, destaca Juliana.
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