A natureza das atividades desenvolvidas no setor da saúde faz com que, muitas vezes, a comunicação dentro das instituições seja considerada caótica. Pelo simples fato de muitos dos locais lidarem com questões de vida e morte, é comum que o estresse faça com que alguns trabalhadores acabem deixando de lado a empatia, a simpatia, a não violência e a boa educação. O assunto foi tema da palestra “O poder da boa comunicação em instituições de saúde”, dentro da programação desta quinta-feira (21), do 16º. Seminário Femipa, que acontece na sede da Associação Médica do Paraná (AMP), em Curitiba.
O painel teve como palestrantes o sócio diretor executivo da agência Fator RH, de São Paulo, FabrizioRosso, e a sócia diretora geral da Toda Letra, do Rio de Janeiro, Ana Paula Mira. A moderação foi feita pelo neurocirurgião Luiz Soares Koury, ex-presidente da Femipa e ex-secretário de Saúde de Londrina.
“Como as instituições de saúde são locais de muita emoção, é preciso que a comunicação dentro delas seja mais sensível, tanto com pacientes e familiares quanto entre os próprios colegas de trabalho”, comentou Ana Paula. “Em qualquer estabelecimento, para se conseguir um bom atendimento, é preciso haver boa comunicação, tanto presencial quanto através das redes sociais. Infelizmente, ainda existem muitas falhas. As pessoas perdem a paciência com frequência, deixam de lado a cordialidade e esquecem até de dizer um simples bom dia”, disse sobre a boa comunicação em instituições de saúde.
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A falta de uma boa comunicação também afeta o desempenho das organizações. Durante a sua exposição, Fabrizio apresentou um dado da revista Exame que informa que, em média, 60% dos colaboradores de uma empresa não entendem qual a meta da organização na qual atuam e não sabem como o próprio trabalho impacta no alcance desta meta. Segundo ele, isto está ligado a uma falha grave na forma como se expressamlíderes e gestores.
“Quando falamos em comunicação, não estamos nos referindo apenas à fala e à escrita. Também existe a comunicação não verbal, da qual os gestores devem estar conscientes. No pós-Covid, as emoções vieram à tona e foram descortinadas, sendo importante que os líderes saibam identificá-las e ter uma abordagem inicial sobre elas. Um técnico de enfermagem que está sempre acelerado, por exemplo, demonstra através de seu corpo que não está bem. Existem técnicas de leitura de comunicações não verbais,extremamente importantes e necessárias, que podem ser aprendidas”, declarou o representante da Fator RH.
Tanto Fabrizio quanto Ana Paula acreditam que a comunicação, além de ser clara e ter que sempre expressar o óbvio, não pode acontecer através de um único canal. Ela tem que ter um objetivo único, mas ser desenvolvida através de múltiplos meios, chegando aos colaboradores por várias vias. “Na saúde, o silêncio literalmente pode matar”, declarou o sócio diretor executivo, ressaltando a importância de boa comunicação em instituições de saúde.
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