Ouvir a palavra “meningite” dá um arrepio em muitos pais. Esta é uma inflamação nas membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, chamadas meninges, e que pode ser causada por vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Estes podem ser transmitidos por meio da fala, tosse, espirros e até mesmo beijos. Pode se tornar uma doença grave, especialmente em crianças menores. Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 265 mil casos de meningite foram confirmados no país entre 2007 e 2020, de diferentes origens. Por isso, para a meningite, a melhor saída é a prevenção.
A médica Ana Elisa Almeida, professora do Jaleko, plataforma de streaming com conteúdos voltados aos estudantes de medicina, explica que a meningite pode ter uma rápida evolução entre crianças e adolescentes, dependendo do agente etiológico. Isto pode acontecer mesmo se a doença for diagnosticada corretamente. A meningite apresenta uma taxa de mortalidade de 5% a 10%, de 24 a 48 horas após os primeiros sintomas. Sem tratamento, a possibilidade sobe para 50%.
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De acordo com Ana Elisa, a meningite causa bastante preocupação porque, além de seus efeitos, é considerada uma doença endêmica. Isto significa que podem ocorrer casos durante todo o ano, e não são descartados surtos. As meningites bacterianas são mais comuns no período entre outono e inverno, enquanto as meningites virais acontecem mais entre a primavera o verão. “Nesse cenário alarmante, no caso da meningite, por exemplo, é muito fácil o erro de diagnóstico. E não há tempo para erros”, destaca.
Mesmo que a pessoa se recupere, a meningite pode deixar graves sequelas, de acordo com o médico infectologista Moacir Pires Ramos, cooperado da Unimed Curitiba. “Perigosa, ela atinge de crianças a idosos e provoca lesões mentais, motoras e auditivas, podendo levar à morte. Os principais sintomas são dor de cabeça intensa, com contratura da musculatura do pescoço a ponto de a pessoa não conseguir mexer muito bem, nem abaixar e nem levantar. Sempre está associada com febre, náuseas e vômitos em jato, intensos. Tontura também pode ocorrer”, sinaliza. Por isso, é essencial ficar atentos aos sintomas.
Se para a meningite a melhor saída é a prevenção, isto significa falar em vacinação e outras medidas de proteção. Há um alerta importantíssimo sobre a cobertura vacinal contra a doença no BrasilAMP. Uma pesquisa da farmacêutica GSK, por exemplo, apontou que 50% dos brasileiros deixaram de vacinar os filhos contra a meningite durante a pandemia. Sem estarem vacinados, crianças e jovens podem estar expostos a contrair a meningite. “O controle para evitar pegar essa doença é o mesmo controle das viroses e infecções bacterianas respiratórias. Distanciamento social, uso de máscaras faciais, higiene das mãos e higiene respiratória, não ficar tocando nariz e boca com as mãos, espirrar ou tossir na manga”, esclarece Ramos.
No Programa Nacional de Imunizações do Brasil, a primeira dose da vacina meningocócica C é indicada aos 3 meses, com uma segunda dose aos 5 meses e um reforço aos 15 meses. Para adolescentes de 11 e 12 anos, é oferecida a meningocócica ACWY, que previne contra as bactérias do tipo A, C, W e Y. “Existe um risco muito maior ao não vacinar o seu filho do que levá-lo para tomar as doses durante a pandemia. Afinal, as clínicas, laboratórios e postos de vacinação são lugares preparados para oferecer as doses a quem precisa, e são locais onde medidas de segurança não só foram adotadas como são rígidas”, afirma Jaime Rocha, médico infectologista responsável pela Unimed Laboratório, que fornece as vacinas meningocócica C, B e ACWY.
Os especialistas lembram que a hesitação em vacinar crianças contra a meningite pode provocar surtos da doença quando elas retomarem às aulas e outras atividades presenciais, por exemplo.
* Com informações das assessorias de imprensa
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