Por que a queda na cobertura vacinal de crianças e adolescentes preocupa?

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Fake news, grupos anti vacinas e o medo de eventos adversos são algumas das possíveis causas apontadas pelo Ministério da Saúde para a queda no número de crianças e adolescentes imunizados contra diversas doenças nos últimos 5 anos. Mas por que a queda na cobertura vacinal de crianças e adolescentes preocupa? A baixa procura pelos imunizantes disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde do país preocupa porque pode fazer com que doenças já controladas ou erradicadas retornem. Para mudar esse cenário, o Ministério da Saúde realiza desde o dia 1º de outubro a Campanha Nacional de Multivacinação de 2021, cujo objetivo é a atualização das vacinas para crianças e jovens menores de 15 anos. O Dia D será realizado neste sábado, 16 de outubro.

2015 foi o último ano que o Brasil atingiu as metas de cobertura vacinal. De acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, o índice de cobertura vacinal vem caindo a cada ano. Entre 2015 e 2020, a queda na cobertura da vacina contra poliomielite foi de 22,9% e a da BCG, 30,4%. Entre 2019 e 2020, a variação foi de -9,9% e -15,7% para poliomielite e BCG, respectivamente.

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O desconhecimento sobre a importância e benefício das vacinas, o crescimento dos grupos antivacinas e a circulação de fake news são alguns dos motivos que explicam a baixa procura pelos imunizantes. “O horário de funcionamento das unidades de saúde e até mesmo o sucesso das ações de vacinação realizadas pelo PNI no controle de doenças também são podem explicar a queda na cobertura vacinal, segundo o Ministério. Doenças que até então estavam erradicadas ou controladas, podem reaparecer, causando novos surtos ou epidemias”, explica Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma). Esta é uma das instituições que está dando apoio na campanha multivacinação. Isto acontece por meio do Movimento Esquadrão da Vacina, para reforçar a importância da vacinação na vida dos brasileiros a fim de evitar surtos de doenças.

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“Não muito distante, tivemos um exemplo claro dessa consequência. Em 2018 registramos surtos de sarampo, doença que já tinha sido declarada eliminada do País e das Américas pela Opas e OMS (Organização Panamericana de Saúde e Organização Mundial da Saúde) em 2016. Não podemos deixar que ocorra novamente”, afirma Elizabeth.

Para que a pergunta “por que a queda na cobertura vacinal de crianças e adolescentes preocupa?” deixe de existir, é necessário adesão às imunizações. A Campanha Nacional de Multivacinação do Ministério da Saúde conta com cerca de 45 mil postos abertos para disponibilizar as doses dos 18 agentes imunizantes que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente. Dentre as vacinas disponíveis pelo Sistema Único de Saúde – SUS estão: BCG, Hepatite A e B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre amarela, Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela), DTP (tríplice bacteriana), Varicela e HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano). Todas essas informações estão disponíveis no aplicativo ConecteSUS.

O Brasil possui o maior programa público de imunização do mundo. Este é um dos motivos para ficar atento do por que a queda na cobertura vacinal de crianças e adolescentes preocupa. Todos os anos são distribuídas mais de 300 milhões de doses de imunobiológicos e o PNI conta com 37 mil postos públicos de vacinação de rotina em todo o país. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as vacinas evitam entre dois a três milhões de mortes por ano. “Um dos maiores avanços contra doenças são as vacinas, elas são seguras e salvam vidas”, reforça Elizabeth.

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