O ano de 2022 começou a todo o vapor. A vida vem voltando a rotina, máscaras vêm sendo liberadas em alguns estados, ciclo vacinal completo aos poucos avança em algumas cidades. Mesmo assim, tivemos um número grande de pessoas que foram infectadas pelo novo coronavírus, e independentemente do quadro clínico apresentado, leve ou grave, todos podem desenvolver a Síndrome pós-Covid. Mais de 20 milhões de brasileiros foram acometidos pelo vírus e pesquisas apontam que 8 em cada 10 brasileiros sentem algum sintoma residual após o término da infecção.
Segundo Heloize Portes, médica atuante na linha de frente desde o início da pandemia, especialista em Clínica Médica e Medicina Integrativa, o vírus libera inúmeras citocinas inflamatórias em nosso organismo sendo uma doença inflamatória multissistêmica que afeta vários órgãos. As sequelas decorrentes atingem grande parte dos pacientes e podem persistir por meses após a infecção. A síndrome Pós-Covid é caracterizada por persistência de algum sintoma após 12 semanas (3 meses do quadro inicial) e pode ser responsável por mais de 50 sintomas em nosso organismo. Os sintomas mais encontrados são fadiga, alterações de humor como ansiedade, perda de memória, queda de cabelo, alterações no sono ou dores pelo corpo.
Leia também – Check-up pós-Covid
Leia também – Como conviver com as sequelas da Covid-19?
“Temos estudos indicando que até 80% dos acometidos sentem ao menos um sintoma residual depois do fim da infecção”, alerta. A médica ressalta que os cuidados não podem ser deixados de lado após o término da infecção. Os sintomas residuais após a doença, e principalmente suas sequelas a longo prazo, ainda estão sendo amplamente estudadas e experienciadas na prática clínica de alguns médicos que trabalham com a síndrome pós-covid. Por isso, é necessário ter uma atenção especial ao paciente recuperado”, reforça.
“É importante que, mesmo agora com o relaxamento nas medidas protetivas e o retorno à normalidade, que as pessoas busquem um atendimento médico integrativo após ter completado o ciclo de isolamento quando positivado pela Covid, pois mesmo após o paciente ser considerado curado, é possível que a síndrome ocorra devido a alterações deixadas no corpo pelo vírus”, alerta Heloize.
Para o tratamento da Síndrome Pós-Covid, após o diagnóstico, Heloize indica um acompanhamento pela Medicina Integrativa, pois a abordagem vai muito além do tratamento de uma doença em si, é uma abordagem centrada no indivíduo, buscando ações que promovem qualidade de vida, longevidade saudável e prevenção. Cuidar do corpo, mente e emoções através de uma abordagem integrativa é fundamental nessa jornada pós pandemia.
A realização de exames de forma personalizada, mais completos do que aqueles realizados pela medicina tradicional, para avaliar o organismo de forma integral é fundamental. Avaliar vitaminas, minerais, hormônios e marcadores inflamatórios é de extrema importância. Muitos nutrientes são amplamente depletados com a infecção pelo covid-19 causando uma desregulação metabólica e hormonal. Um organismo inflamado deixa de produzir vitaminas, minerais, hormônios, formando uma cascata de alterações levando a alterações de humor, queda de cabelo, ansiedade, perda de libido, fadiga, etc. “E para se ter qualidade de vida, precisamos repor os nutrientes perdidos junto com a mudança no estilo de vida – ter um sono reparador, se alimentar de forma adequada, manejar o estresse do dia a dia e realizar exercício físico”, finaliza.
* Com informações da assessoria de imprensa
Leia também – Síndrome Pós-COVID
Leia também – Síndrome pós-Covid e queda de cabelo: a alimentação pode ajudar