Impacto da pandemia no diagnóstico do câncer infantil

Neste 23 de novembro é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, momento de reforçar a importância do diagnóstico precoce, especialmente nesta fase de pandemia de Covid-19. O momento atípico impactou diretamente a detecção de casos novos de forma antecipada, em função do isolamento social. Um levantamento recente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica e da Sociedade Brasileira de Patologia estima que entre 50 e 90 mil brasileiros deixaram de ser diagnosticados com câncer nos primeiros meses deste ano.

A doença é a primeira causa de morte entre o público infantil (de 0 a 19 anos) no Brasil. Mas, se descoberta precocemente, as chances de cura são de até 80%.

Por isso, segundo o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR) – referência no atendimento pediátrico no país -, o medo e as incertezas provocadas pelo coronavírus não podem colocar impactar o diagnóstico precoce. Todo e qualquer sintoma estranho deve ser levado a sério pelos pais, responsáveis e cuidadores, que devem procurar imediatamente um pediatra.

“O diagnóstico precoce é muito importante para o tratamento e é o caminho que leva à cura. E quando se fala sobre casos de câncer que acometem pacientes que fazem parte do público infantojuvenil, ele é essencial. Crianças e adolescentes respondem melhor ao tratamento com quimioterapia. Por isso, é importante que a doença seja descoberta o quanto antes”, explica a chefe do setor de Oncologia do Pequeno Príncipe, a médica Flora Mitie Watanabe Watanabe.

O Pequeno Príncipe é um dos principais centros de tratamento oncopediátrico do país e o mais antigo do Paraná. Altamente especializado no tratamento de doenças hemato-oncológicas, o Hospital foi responsável, em 2019, por 1.093 internações e 7.775 atendimentos ambulatoriais, sendo que 80% dos pacientes são atendidos pelo SUS. O Serviço de Transplante de Medula Óssea do hospital é um dos maiores do Brasil a atender pacientes exclusivamente pediátricos pelo SUS. Crianças de todo o país são atendidos pelo Serviço, que em 2019 realizou 62 transplantes de medula óssea.

Leia também – Alerta para diagnósticos tardios de câncer em crianças e adolescentes durante a pandemia

Câncer infantil: sinais de alerta

A leucemia é o tipo mais comum de câncer em crianças, seguido de tumores do sistema nervoso central e linfomas. Muitas vezes, os sintomas do câncer podem ser confundidos com doenças comuns da infância. Por isso é importante estar atentos aos seguintes sinais:

– Dores nos ossos, principalmente nas pernas, com ou sem inchaço.

– Palidez inexplicada.

– Fraqueza constante.

– Aumento progressivo dos gânglios linfáticos.

– Manchas roxas e caroços pelo corpo, não relacionados a traumas.

– Dores de cabeça, acompanhadas de vômitos.

– Perda de peso, com aumento/inchaço na barriga.

– Febre ou suores constantes e prolongados.

– Distúrbios visuais e reflexos nos olhos.

O Pequeno Príncipe também disponibiliza uma cartilha para famílias que estão enfrentando a doença. Clique aqui para fazer o download.

Leia também – Dramas e dilemas de pacientes com câncer em meio à pandemia da Covid-19

Leia também – Pandemia: alto nível de estresse de crianças e adolescentes