Doentes crônicos devem procurar atendimento se tiverem Covid-19, indica médico

Os portadores de doenças crônicas devem se atentar em meio a esse momento de alta de casos de Covid-19, devido à variante Ômicron. Os doentes crônicos devem procurar atendimento se tiverem Covid-19, segundo o médico Cid Pitombo, especialista em tratamentos para obesidade e cirurgião bariátrico. Eles fazem parte do grupo de pessoas que devem ser observadas mais de perto, mesmo que tenham sintomas leves, juntamente com os imunossuprimidos, obesos e pacientes renais em estágios avançados, aqueles considerados como grupo de risco. Também devem ser acompanhados fumantes, idosos, gestantes, puérperas e crianças menores de 5 anos.

“A vacina de Covid teve um resultado além das expectativas nos obesos e em outros grupos de risco. Consideramos muito boa a eficácia para que não tivessem complicações da doença, mas isso não significa que eles não devam ser acompanhados por um médico desde o aparecimento dos sintomas, mesmo que pareçam leves. Às vezes, a progressão da doença é imperceptível. A pessoa não tem falta de ar, mas pode estar com a oxigenação baixa. Acompanhamento, mesmo que seja à distância, se o paciente tem um oxímetro em casa para medir a quantidade de oxigênio que está chegando no sangue, é fundamental. O médico sabe a hora que é necessário pedir, por exemplo, um exame de sangue que mostra se está iniciando outras complicações, como o risco de trombose por coagulação sanguínea. Tem sido muito mais raro, mas ainda ocorre e todo cuidado preventivo pode fazer a diferença”, alerta.

 

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Os doentes crônicos devem procurar atendimento se tiverem Covid-19 por outro motivo, segundo o médico. Estes pacientes precisam ser avaliados e saber se necessitam ou não de medicamentos, como antibióticos e corticóides.

 

“É natural que a inflamação da mucosa da garganta por um vírus como o Sars Cov 2 produza dores fortes, a pessoa fica sem conseguir engolir, e os pacientes já correm para a farmácia para tentar comprar antibiótico sem receitas. Os médicos somente receitam antibióticos para pessoas que estão com febre alta de 39° e persistente, que não está baixando mesmo com o uso de antitérmicos. Nesses casos, mesmo que não haja pus na parte visível da garganta, é recomendável entrar com uma medicação para combater possíveis infecções secundárias ao vírus, por bactérias. Porque isso pode ocorrer após o acúmulo de secreção na garganta, as bactérias podem se desenvolver também. Mas é necessário cautela. Não precisa ser no primeiro dia que a febre aparece no portador de Covid, porque em alguns ela chega alta, mas em dois dias já até some de vez. No dia seguinte já fica mais baixa. O médico avalia todo o quadro de sintomas do paciente antes de prescrever remédios que podem trazer outros problemas de saúde. Uma piora depois de alguns dias, por exemplo, pode ser uma infecção secundária”, explica.

 

Também são considerados grupo de risco para agravamento da Covid-19 pessoas que possuem enfermidades hematológicas, incluindo anemia falciforme e talassemia, imunodepressão provocada pelo tratamento de condições autoimunes, como o lúpus ou câncer, exceto câncer não melanótico de pele, ou doenças cromossômicas com estado de fragilidade imunológica.

 

O médico Cid Pitombo pede também que pessoas do grupo de risco não desistam de ser atendidas por um profissional de saúde, já que a demanda aumentou e a espera, até mesmo na telemedicina, tem sido maior. “A gente sabe que o doente tem dificuldade de levantar para buscar atendimento, quer ficar na cama. Por isso, a telemedicina ou atendimento por telefone tem sido tão boa. Pode até demorar um pouco mais, mas o atendimento vai chegar. Não pode é se cuidar sozinho, achando que porque vacinou não vai ter nada”, destaca.

 

Por fim, o apelo do médico é que as pessoas acompanhem as datas de vacinação e fiquem atentas às doses de reforço. “Muitas pessoas que podiam ter ido tomar a quarta dose ou a terceira, por exemplo, não foram e acabaram contraindo Covid nas festividades de fim de ano. E os relatos são de que tiveram sintomas mais fortes do que os vacinados com mais doses. Ou seja, foram sintomas que podiam ter sido evitados, como a forte inflamação na garganta e dores pelo corpo. A vacina é o que está evitando os óbitos nesse momento”, analisa.

 

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