Você sabe quais são os cuidados mais seguros para o tratamento de pacientes que estão em casa neste momento de pandemia? Conhecer as recomendações e aplicá-las, se e quando necessário, pode fazer bastante diferença para o próprio paciente e para os familiares que prestam esse auxílio. Isto vale para pacientes com Covid-19 – e neste caso os cuidados podem evitar, inclusive, contaminação dos demais moradores da casa – ou ainda de pacientes com outras doenças e que precisam receber tratamento domiciliar durante a pandemia.
O artigo “Recomendações em tempos de covid-19: um olhar para o cuidado domiciliar”, produzido por pesquisadores ligados à Universidade Federal do Paraná (UFPR), propõe medidas para a prática de enfermagem na casa do paciente durante a pandemia. A pesquisa foi publicada na Revista Brasileira de Enfermagem (Reben), que conta com edições suplementares dedicadas à Covid-19.
O cuidado domiciliar requer procedimentos mais específicos em relação aos prestados nos hospitais. “É nesse ambiente que as relações se constroem e se fortalecem. Esse tipo de cuidado vai além do que aprendemos durante a formação profissional”, explica a enfermeira Luana Tonin, estudante de doutorado do Programa de Pós-graduação em Enfermagem da UFPR e uma das autoras do artigo. O trabalho também teve a autoria de Nayla Tamara de Godoi Caceres, mestranda em Enfermagem na UFPR. A orientação foi da professora Maria Ribeiro Lacerda, do Departamento de Enfermagem da UFPR.
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Entre as recomendações está o cuidado redobrado no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs). É preciso avaliar se os familiares que também ministram cuidados ao paciente têm consciência das medidas de proteção. Por isso, as orientações de profissionais se torna essencial. “O enfermeiro avalia se o paciente e a família estão aderindo às precauções recomendadas, como higiene das mãos e limpeza dos ambientes. Também verifica se há equipamentos de proteção adequados para que os cuidados continuem sendo realizados com segurança”, explica Luana.
Além dos equipamentos, outras medidas são trazidas pelo artigo, destinadas ao paciente, aos profissionais de enfermagem e aos familiares que auxiliam nos cuidados. “Buscamos trazer conhecimento sobre uma doença nova, que ainda está sendo analisada. Se todos seguirem as recomendações, teremos o paciente recuperado e nenhum outro familiar ou profissional doente”, comenta Ana Paula Hermann, outra autora do artigo e chefe da Unidade de gerenciamento de riscos assistenciais do Complexo Hospital de Clínicas (CHC-UFPR).
O trabalho serve como um guia para os enfermeiros, tendo como base evidências publicadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa propõe uma série de recomendações para nortear um tratamento seguro, seguindo estratégias constantemente revistas de acordo com o cenário mundial e brasileiro. “Ser atendido em casa não significa estar desassistido. O sistema de saúde cria ferramentas para acompanharmos o paciente, tendo certeza de que ele está sendo atendido da forma mais adequada”, conclui.
Confira abaixo, as orientações para pacientes, familiares e enfermeiros:
* Colaboração de Luiz Fernando Hanysz, da Agência Escola UFPR
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