Curitiba é uma cidade que, tradicionalmente, não enfrenta tantos problemas com a dengue. Mas um dado, divulgado nesta quinta-feira (3), chamou atenção. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alertou para o aumento no número de focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, zika e Chikungunya, registrados no primeiro mês do ano. Em janeiro, os Agentes de Combates às Endemias identificaram 90 focos positivos de Aedes, número três vezes maior com relação ao ano anterior quando foram identificados 26 focos ao longo do mês. Então, como se proteger da dengue e evitar que isto se torne um grande problema, como já aconteceu e acontece em diferentes regiões do país?
No caso de Curitiba, a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes da SMS, Tatiana Faraco, explica que embora seja identificada a presença do mosquito, isso não significa que eles estejam contaminados, mas mesmo assim a situação preocupa. Segundo Tatiane, a preocupação é o mosquito entrar em contato com uma pessoa que veio com a doença de outra cidade, se isso acontece o mosquito passa a carregar o vírus e pode transmitir para outros moradores da região. “Todo o nosso esforço nas ações de orientação, bloqueio das áreas de identificação dos focos e mutirões de limpeza é para evitar que isso aconteça, mas precisamos do apoio da população na manutenção do cuidado com seus espaços”, orienta Tatiana.
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Em São Paulo, mais de 2 mil casos de dengue foram confirmados em janeiro em todo o estado. No mês passado, 2.028 pessoas foram infectadas. Em dezembro, os casos confirmados de dengue foram 2.953. Em janeiro do ano passado, o total de infectados foi 6.002, informou a Secretaria Estadual de Saúde.
Em 2021, foram registrados 143,9 mil casos de dengue e 66 mortes pela doença. Em 2022, até o momento, houve um óbito causado pela dengue. Em 2020, ano em que São Paulo teve grande surto de dengue, ocorreram 195,8 mil casos e 144 mortes.
No Paraná, o boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde no dia 1º de fevereiro mostrou 17.267 casos suspeitos, com 782 confirmações, no atual ciclo epidemiológico da doença. O período sazonal da dengue começa no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022. Até o momento, 312 municípios registraram notificações de dengue, destes 127 confirmaram a doença, sendo que 91 municípios com casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda, 3.264 casos em investigação e nenhum registro de óbito neste período.
Saber como se proteger da dengue é essencial. A atenção deve ser redobrada durante todo o ano, mas o período do verão oferece condições especiais para a proliferação do mosquito transmissor do vírus que causa da dengue, além da zika e da febre Chikungunya. Depois de vários dias de chuvas e com a volta do sol é importante ficar em alerta para a proliferação do mosquito. Afinal, ele só precisa de água parada, mesmo que em pequenas para se desenvolver. O principal agravante que leva à proliferação do mosquito é que os ovos ficam viáveis por até um ano no local onde foram depositados, ou seja, a qualquer contato com a água eles podem eclodir e liberar as larvas do mosquito.
De acordo com a infectologista do Sistema Hapvida, Silvia Fonseca, neste momento, as pessoas têm focado muito na Covid-19 e na gripe, mas os cuidados com a prevenção à dengue e o alerta para os sintomas da doença não devem ser deixados de lado, pois estamos no período com maior incidência da doença. “Além de cuidar do ambiente onde vive para não deixar água parada, a população precisa estar alerta aos sintomas mais comuns da doença que são a febre alta e a dor no corpo. Diferentemente da Covid e da gripe, nos casos de dengue não há sintomas respiratórios como nariz escorrendo e tosse. Essa é a principal diferença”, explica a médica.
Segundo Silvia, ao apresentar sintomas como febre e dor no corpo sem sintomas respiratórios as pessoas devem investir em hidratação feita com água, soro caseiro ou bebidas isotônicas, nunca com refrigerantes, bebidas alcóolicas e chás que são diuréticos e procurar orientação médica, preferencialmente na modalidade de telemedicina para evitar aglomerações. “É muito importante que a população ajude a evitar a proliferação do mosquito eliminando a água parada e saiba reconhecer os sinais da doença para adotar as medidas corretas que são basicamente o repouso, a hidratação adequada e manutenção de uma alimentação saudável, que já podem ser iniciadas antes mesmo de uma consulta médica. Pacientes que apresentem também vômito, tonturas, sangramentos na gengiva ao escovar os dentes, devem procurar o médico rapidamente, pois eles podem estar evoluindo para a forma mais grave da dengue”, conclui.
1 – Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água.
2 – Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada.
3 – Não jogue lixo em terrenos baldios.
4 – Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
5 – Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje.
6 – Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.
7 – Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.
8 – Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água.
9 – Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
10 – Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência.
* Com informações da SMS, SESA, Agência Brasil e assessoria de imprensa
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