Como melhorar o desempenho do cérebro

como melhorar o desempenho do cérebro
(Foto: wayhomestudio / Freepik)

Os últimos dois anos de pandemia de Covid-19 explicitaram a importância de desenvolver o autoconhecimento em todas as fases da vida. Não importa se você é criança, adulto ou idoso: a abertura ao desenvolvimento pessoal nesta nova realidade é a chave para alcançar pequenas e grandes conquistas. E isso inclui como melhorar o desempenho do cérebro.

Ao pensar no cérebro, focamos nossa atenção também na saúde mental e física. Existem “defeitos” do cérebro, encarados como uma espécie de ‘programação automática’, que servem de adaptação no dia a dia. Pensar em uma “reprogramação” faz parte do processo de como melhorar o desempenho do cérebro e, consequentemente, obter um melhor quadro de saúde.

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A neurocientista do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci, explica que o cérebro humano, como uma boa máquina adaptativa, desenvolveu uma série de “atalhos” ao longo da evolução, que hoje funcionam como mecanismos redundantes para evitar resultados ruins. “Essas programações automáticas são construídas em contextos criados pela família, amigos, professores e sofrem forte influência da cultura. No adulto viram associações automáticas que resultam em suposições, julgamentos e atitudes em relação a outras pessoas”, detalhou a cientista.

Como seres humanos, nossos “olhares” não são neutros, nossas experiências servem como uma lente por meio da qual enxergamos o mundo. Algumas dessas ‘programações automáticas’ podem impactar diretamente nos nossos projetos e objetivos.

A neurocientista Livia Ciacci separou alguns deles e cita como melhorar o desempenho do cérebro. Confira:

  • O cérebro quer afinidade

Já parou para pensar sobre a nossa forte tendência a nos relacionarmos melhor com pessoas que tenham traços físicos, gostos, histórias de vida e opiniões parecidas com as nossas? Uma barreira que nos impede de conhecer alguém diferente de nós, já percebeu? Esse é um dos principais fatores que contribuem para muitos ambientes empresariais ainda serem muito homogêneos (com pouca diversidade de pessoas), pois é um viés que pesa muito nas decisões de promoções e contratações.

  • O cérebro quer ser validado

Procuramos e damos atenção apenas a informações que confirmam nosso ponto de vista e ignoramos propositalmente as outras informações que podem contradizer nossas crenças. Essa tendência do nosso cérebro pode trazer grandes problemas principalmente na esfera profissional. Imagine que você defende uma hipótese que não é a mais correta, e por sempre estar tentando confirmá-la, não consegue perceber a verdade?

  • O cérebro prefere seguir o comportamento do grupo

Você já percebeu que temos uma tendência natural de seguir o comportamento do grupo em que estamos no momento, evitando desviar do padrão? É aquele incômodo que sentimos quando gostaríamos de fazer algo diferente, mas no fim das contas acabamos seguindo o padrão de “todo mundo”. Isso também acontece porque mantém o nosso cérebro na zona de conforto o que nem sempre é bom para o seu desenvolvimento.

  • O cérebro ainda não sabe – que não sabe

É comum observamos – sobretudo na internet, que pessoas, com pouco conhecimento sobre assuntos complexos se sentem mais confiantes em defender um ponto de vista. Este fenômeno é conhecido como “efeito Dunning Kruger”. O nome do fenômeno homenageia dois professores de psicologia americanos, David Dunning e Justin Kruger, que realizaram experimentos onde as pessoas tinham que avaliar seu próprio desempenho após responder sobre alguns assuntos. Os resultados mostraram que os que erraram mais perguntas eram justamente os que melhor se avaliavam.

Ou seja, não saber nada sobre algo facilita cair na ilusão de que se conhece sobre aquilo, porque a complexidade real do assunto não é percebida.

Uma vez que você sabe quais são as tendências do seu cérebro, é possível adquirir mais performance pessoal, ou seja, saber como melhorar o desempenho do cérebro. Para isso, é importante observar algumas dicas:

  • Testes ajudam a identificar nossas tendências de comportamento. Uma boa dose de autoconhecimento e observação podem te ajudar a identificar quais dessas tendências são mais fortes em você;
  • Sair da zona de conforto. Se desafiar a lidar com o que é diferente, sem julgar;
  • A diversidade é a maior aliada. Conecte -se com pessoas diferentes do seu perfil;
  • Trabalho em equipe. Neste processo outras pessoas podem apontar o momento em que temos um pensamento ou ação que possa estar sendo influenciado por um viés inconsciente;
  • Por mais que nossos comportamentos sejam muitas vezes automáticos busque sempre ter consciência deles. Esse é o caminho certo para mantermos a flexibilidade cognitiva!

* Com informações da assessoria de imprensa

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