Grandes oscilações de temperatura e pouca chuva: Como a primavera e o tempo seco afetam as crianças? Estes são fatores que colaboram para o aumento de doenças respiratórias nesta estação, de acordo com os registros do Hospital Pequeno Príncipe, uma das referências no atendimento pediátrico no país, localizado em Curitiba (PR). Neste período, a procura por atendimento aumenta para infecções das vias aéreas superiores, nasofaringite, amigdalite, bronquite aguda e crises de tosse. “O organismo não fica insensível às oscilações de temperaturas. E o sistema imunológico de quem sofre com os problemas do trato respiratório reage a essas mudanças repentinas”, explica Lauro Alcantara, chefe do Setor de Otorrinolaringologia do Hospital Pequeno Príncipe.
Para se ter uma ideia de como a primavera e o tempo seco afetam as crianças, foram registrados 619 diagnósticos de infecção das vias aéreas superiores em setembro, contra 290 em janeiro deste ano, somente no hospital.
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O médico ainda alerta para as crises de alergia, principalmente de rinite, que pode ter sintomas parecidos com a gripe: obstrução nasal, espirro e coriza aquosa. Já a gripe traz, além desses sintomas, dores no corpo e febre alta, e pode ser grave. “Por isso é importante tomar as vacinas disponíveis: elas ajudam a evitar que as crianças menores e também os mais velhos evoluam para quadros tão severos que possam levar a óbito”, pontua o especialista.
Como a primavera e o tempo seco afetam as crianças, é ideal pautar toda a família na prevenção. Evitar o que desencadeia a reação alérgica é outra forma de amenizar os problemas respiratórios. “Um dos grandes alérgenos é o ácaro. Ele se alimenta da poeira e também de pele morta, cabelo e saliva. O travesseiro acaba sendo um depósito para esses seres microscópicos. A sugestão é usar uma fronha que impermeabilize, umidificar o ambiente quando o ar estiver muito seco e manter a limpeza da casa em dia”, orienta Alcantara.
As mesmas orientações valem para os adultos, que também podem sofrer os impactos da primavera e do tempo seco. Outra observação a ser feita é com o pólen, que circula mais no ar na primavera. Segundo o otorrinolaringologista e professor de Medicina da Universidade Positivo, de Curitiba (PR), Vinicius Ribas Fonseca, nesse período do ano, principalmente no Sul do país, há um número maior de plantas da família das Gramíneas, principalmente o Azevém, que libera muito pólen e, por isso, a alergia que mais costuma aparecer é a respiratória, que causa a rinite.
De acordo com o professor, para o tratamento de qualquer tipo de alergia é preciso reconhecer e se afastar do alérgeno que causa o mal-estar. “Caso você não possa se afastar da substância causadora da alergia, o tratamento é feito com antialérgicos, corticóides nasais e uso de soro fisiológico nasal, e também o tratamento preventivo com algumas medicações que ajudam a diminuir a intensidade da crise, além das vacinas”, aponta Fonseca.
Para se ter uma ideia de como a primavera e o tempo seco afetam as crianças, além de serem desencadeadores de alergias tanto neste público quanto nos adultos, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) estima que cerca de 30% dos brasileiros têm algum tipo de alergia, sendo que, aproximadamente 20% são crianças. Segundo Fonseca, além dos fatores como o ambiente, estações do ano e mudança de clima, os fatores genéticos também influenciam nos casos alérgicos. “Existe uma tendência genética relacionada à alergia, então, crianças com pais com rinite alérgica têm mais chances de ter rinite. Por isso, quando chega essa época há uma conjunção de fatores para o aparecimento de sintomas alérgicos”, ressalta.
* Com informações das assessorias de imprensa
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