A pandemia de Covid-19 fez com que a família mais tempo dentro de casa e isso tem favorecido o aparecimento de alergias nas crianças. O contato mais próximo a conhecidos alérgenos (substâncias que provocam as alergias) dentro da própria residência fez com que o alerta aumentasse entre os pais.
Segundo a médica pediatra especialista em alergias Camilla Pereira, do Plunes Centro Médico, de Curitiba (PR), as crianças dentro de casa estão mais próximas de ácaros, poeiras, mofos e pelos e penas de animais, que são os principais alérgenos no ambiente doméstico. Eles também facilmente se propagam pelo ar. “As crianças ficaram mais alérgicas por estarem em contato constante com esses fatores. Vemos que as infecções diminuíram, até porque as crianças não estão indo na escola, mas as alergias têm se sobressaído neste momento”, destaca.
Por isso, os pais devem ficar atentos. Caso verifique o aparecimento da alergia na criança, é necessário procurar um especialista. Além disso, as informações sobre o hábito e a rotina da família fazem diferença na investigação dos motivos que levaram ao surgimento da alergia. “Quando uma criança tem suspeita de alergia, a história clínica tem que ser bastante detalhada com o médico, para saber toda a rotina da criança e família, para ter os principais alérgenos suspeitos e fazer a investigação”, salienta Camilla.
Leia também – Alergias merecem cuidados específicos durante a pandemia
De acordo com a pediatra, a investigação pode incluir exames de sangue ou de testes feitos no braço, para verificar se há reação de determinado alérgeno. O procedimento é feito com base no histórico levantado. “Ter um resultado positivo não significa necessariamente que você é alérgico, mas é sensibilizado. Os pais devem ficar bem atentos sobre a rotina da criança, a frequência de ter alergias. Eles são os principais informantes. Isso torna mais fácil para caracterizar a alergia e determinar a melhor forma de tratar”, afirma.
Camilla lembra que, além do fator pandemia, existem outras variáveis que podem influenciar no aparecimento das alergias em crianças. Existe, por exemplo, o fator genético. Se os pais possuem determinada alergia, há até 60% de a criança desenvolver também. Outro fator importante é o estilo de vida atual, com exposição a diferentes tipos de alérgenos.
Por outro lado, há mais diagnósticos sendo feitos, dando a sensação de as pessoas estarem mais alérgicas. Isso significa, de acordo com a médica, que estão ocorrendo diagnósticos e tratamentos corretos.
Tipos de alergia
Confira algumas alergias que podem surgir nas crianças e que devem ser observadas pelos pais e responsáveis pelas crianças:
- Rinite: bastante comum durante a primavera, caracterizado por espirros frequentes. Pode também surgir coceira no nariz, ouvido, olhos. O nariz fica trancado e escorrendo. A pessoa pode ficar cansada, até um pouco sonolenta, porque está congestionada.
- Conjuntivite alérgica: pode vir junto com a rinite ou isolada; é caracterizada por uma vermelhidão nos olhos, bastante coceira, olho lacrimejando e até alguma secreção. Um médico oftalmologista também deve ser consultado para um diagnóstico.
- Urticária aguda: manifestação na pele por meio de placas elevadas, avermelhadas e grosseirão. Geralmente duram menos 24 horas e podem migrar pelo corpo, gerando bastante coceira.
- Asma alérgica: um tipo bastante comum, especialmente nas crianças, caracterizada por tosse, chiado no peito e falta de ar. A asma alérigca pode ter rinite e conjuntivite associada também.
- As alergias podem acometer dois sistemas ao mesmo tempo, como manchas na pele e falta de ar, ao mesmo tempo. Esse tipo de manifestação pode ser grave e deve ser identificada com rapidez no pronto-socorro, para o tratamento correto
Em caso de aparecimento de alergia nas crianças, um especialista deverá ser consultado para a identificação da origem e o tratamento correto, que pode incluir medicamentos e o afastamento do alérgeno que esteja causando o problema.
Leia também – Crianças e coronavírus: riscos, sintomas e outros reflexos
Leia também – Por que é importante vacinar as crianças?
