Investir na saúde mental se tornou algo cada vez mais fundamental, uma situação evidenciada pela pandemia de Covid-19. Mas a relação da mente com o corpo não é nova. Por isso, investir na saúde mental também significa investir na saúde como um todo. Existe uma série de ferramentas para isso e uma delas é a meditação. Como a meditação pode ajudar na saúde mental?
Com respaldo da ciência, a meditação é uma prática que tem ajudado inclusive pessoas com transtorno obsessivo compulsivo. Melhora do sono, redução da frequência cardíaca e diminuição de niveis de catecolaminas no sangue são outros benefícios advindos dos pranayamas, que são um conjunto de práticas respiratórias utilizadas na Ioga. E ao contrário do que se prega, meditar não significa não pensar em nada, mas sim manter mente focada e relaxada.
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“Uma das bases do Ioga é a meditação, e essa prática ajuda a manter a mente focada e relaxada. Essa conexão com a realidade interior contribui imensamente para qualquer pessoa e especialmente para nós, que temos diabetes, pois nos ajuda a diminuir a ansiedade e ter disciplina para todas as tomadas de decisões diárias para o controle da doença, que são muitas”, afirma Raissa Araújo, mestre em Ciências Biológicas e professora de Kundalini Ioga no Correndo pelo Diabetes (CPD), organização sem fins lucrativos que desenvolve programa de promoção de saúde inovador com foco em atividade física e inclusão da pessoa com diabetes.
Para o fundador e CEO do CPD, Bruno Helman, a decisão em incluir a Ioga no CPD passou pelo entendimento de que a saúde das pessoas com diabetes envolve o cuidado pelo aspecto mental e emocional. “Conviver com diabetes demanda bastante psicologicamente daqueles que têm a condição e dos seus cuidadores, nesse sentido buscarmos por trabalhar o equilíbrio entre mente e corpo”.
“Foi por meio dessas experiências (Ioga e meditação) que comecei a olhar para mim com mais amorosidade, após quase 17 anos do diagnóstico. Por um tempo, acreditei que a doença era como um fardo que eu precisava carregar: culpa, sensação de inferioridade e incapacidade eram sensações que me rondavam. Os retiros, o Ioga e a terapia foram e são muito importantes para que eu olhe as minhas marcas e me orgulhe delas. Apesar de ter me fragilizado por muitos anos, o diabetes me deixou mais forte e permitiu que eu construísse um novo sentido para minha vida, uma nova visão de mulher e ser humano que eu queria me tornar. O trabalho é árduo, mas agora eu já conheço o caminho. O caminho do desconhecido e a certeza de que tudo pode e deve ser construído com mais leveza e equilíbrio me motiva todos os dias”, relata Raissa, que convive com o diabetes há 19 anos.
Em relação aos alunos, Raissa conta que a troca de experiências sobre conquistas e caminho da aceitação por meio dos encontros semanais nas aulas de Ioga pode ser importante na sustentação de um estilo de vida com mais saúde e que, principalmente, faça sentido.
Como a meditação pode ajudar na saúde mental?
Os benefícios da prática são inúmeros e a dica é utilizá-la para acomodar melhor as emoções e os pensamentos. “A meditação auxilia a lidar com os eventos do dia a dia sem ser engolidos por eles e proporciona um relaxamento para a mente justamente por acomodar ela em uma só coisa e não nas mil informações que recebemos por dia”, explica o professor Yuri Dourado, que ministrou uma série de lives sobre o tema para a Secretaria de Saúde do Ceará. Nesses momentos, por exemplo, foram repassadas técnicas de atenção plena, que consistem em concentrar todo o foco na respiração e que ajudam a formar um repertório para que cada um possa fazer a meditação dentro da rotina.
“A meditação pode auxiliar, sim, na diminuição dos níveis de estresse, ansiedade e proporcionar acomodação de sentimentos que estão relacionados ao luto. Quando meditamos, investigamos nossa mente, mas sem se envolver com ela, apenas observando. Essa investigação mental traz outros pontos de vista para eventos e problemas que estamos enfrentando, proporcionando mais possibilidades para lidar de forma saudável e equilibrada”, acrescenta o professor.
Para a meditação, é recomendado um ambiente tranquilo e silencioso. “O ambiente tranquilo não é requisito, pois a mente pode aquietar nos mais diversos ambientes”, aconselha o professor. Deve ser escolhido um espaço que possa sentar ou deitar, como sofá, cama, chão e até mesmo uma rede. Outra dica é usar roupas confortáveis, que não apertem o corpo, e evitar comer em excesso antes do exercício.
E como fazer a meditação?
Além de lives e vídeos nas redes sociais, existem aplicativos ajudar nos primeiros passos, com a meditação guiada, por exemplo. Instrutores, professores e especialistas estão em diferentes plataformas para ajudar nesse momento e com o objetivo desejado.
* Com informações da assessoria e da Secretaria de Saúde do Ceará
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