Casos de câncer colorretal devem aumentar em 21% nos próximos 15 anos

cancer colorretal
(Foto: Freepik)

Os casos de câncer de cólon e reto – também conhecido como câncer colorretal ou de intestino grosso – devem crescer 21% até 2040 no Brasil. A projeção é da Fundação do Câncer e foi divulgada no final de março.

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Esse tipo de câncer já está entre os cinco mais comuns no mundo, tanto entre homens quanto mulheres. No Brasil, ocupa o terceiro lugar em incidência: fica atrás apenas do câncer de pele e, no caso das mulheres, do câncer de mama; entre os homens, perde para o de próstata. O tumor se desenvolve no intestino grosso, especialmente no cólon, e, na maioria das vezes, tem origem em pólipos – pequenas lesões, frequentemente benignas, mas que podem evoluir para o câncer ao longo do tempo.

O aumento projetado está relacionado, principalmente, ao envelhecimento da população e a fatores de risco como alimentação desequilibrada, sedentarismo, tabagismo e à ausência de um programa nacional estruturado de rastreamento. De acordo com Larissa Iida, coordenadora médica do DB Patologia, “a detecção precoce por meio de exames como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes é fundamental. Quando o câncer colorretal é identificado ainda nos estágios iniciais, as chances de cura aumentam significativamente e a mortalidade pode ser reduzida de forma expressiva”.

Ao contrário de países como os Estados Unidos e nações europeias, onde há diretrizes claras recomendando a realização periódica da colonoscopia – geralmente a cada dez anos a partir dos 50 anos em pessoas sem sintomas -, o Brasil ainda não conta com um protocolo unificado de rastreamento da doença.

A Fundação do Câncer ressalta que a maioria dos casos tende a ocorrer em pessoas com mais de 50 anos, faixa etária considerada de maior risco. A estimativa é de que, até 2040, mais de 88% dos diagnósticos estejam concentrados nesse grupo.

Os dados indicam um salto nos casos entre 2024 e 2030: de 58.830 para 71.050 novos diagnósticos. O crescimento é estimado em 21% tanto entre homens quanto mulheres. As regiões Centro-Oeste e Norte devem registrar os maiores aumentos percentuais entre 2030 e 2040, com crescimento de 32,7% e 31,3%, respectivamente.

“O câncer colorretal é uma doença que pode ser prevenida, tratada e, muitas vezes, curada quando detectada em estágios iniciais. Apesar de ter relação com fatores hereditários, é possível reduzir o risco por meio da adoção de hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física regularmente, não fumar, evitar o consumo excessivo de carnes processadas e manter o peso corporal adequado”, complementa Larissa.

O levantamento da Fundação do Câncer evidencia a urgência de políticas públicas que considerem as especificidades regionais e ampliem os programas de rastreamento, especialmente com a realização de colonoscopias – exame essencial para a detecção precoce e a redução da mortalidade pela doença.

*Informações Assessoria de Imprensa