Câncer de boca: consulta frequente ao dentista ajuda no diagnóstico precoce

    A morte do locutor de rodeios Asa Branca, aos 57 anos, fez com que o tema do câncer de boca voltasse a ser discutido entre a população. Segundo o cirurgião bucomaxilofacial da Ki Odontologia, Arthur Berny Castellano, o câncer oral compreende tumores em várias regiões da cavidade oral, que possui diversos tipos de células e permite, assim, o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer.

    “Eles podem ocorrer no revestimento interno da boca (mucosa oral), nas gengivas, na língua, no soalho bucal (região embaixo da língua), no palato, ou céu da boca, e na área atrás dos dentes do siso, que os dentistas chamam de trígono retromolar. Os locais mais comuns são na língua e no lábio, principalmente o inferior”, explica. O local e o tipo de tumor são extremamente importantes para a escolha do tratamento e para as chances de sobrevivência do paciente.

    O grupo de maior risco são homens acima dos 40 anos. E o tabagismo em todas as suas formas (cigarro, cachimbo, charutos, fumo mascado e cigarros eletrônicos) é o principal fator para o câncer de boca, já que aproximadamente 90% dos tumores na cavidade oral são em fumantes ou ex-fumantes. Já o consumo de álcool aumenta em seis vezes o risco da doença, sendo multiplicado se combinado com o fumo. Outros fatores de risco são: HPV, exposição excessiva ao sol, dieta pobre em frutas, legumes e verduras.

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    Por causa da localização, um número significativo de casos câncer de boca é identificado por dentistas. “Apenas 20% dos casos são diagnosticados em estágios iniciais e 80% são casos avançados, mais difíceis de tratar e com pior prognóstico. Alguns tumores de boca são benignos, não invadem outros tecidos nem se espalham por outros órgãos, mas precisam ser removidos. Entretanto, outros são classificados como malignos devido as suas características agressivas e geralmente crescimento acelerado, necessitando dessa maneira de tratamentos mais complexos”, complementa Castellano.

    Sintomas

    • Ferida na boca que não cicatriza por 14 dias ou mais;
    • Dor na boca que não passa;
    • Nódulo persistente ou espessamento da bochecha;
    • Área vermelha ou esbranquiçada nas gengivas, língua ou revestimento da boca;
    • Dificuldade para mastigar, mover a mandíbula ou a língua;
    • Dormência da língua ou de outra área da boca;
    • Inchaço da mandíbula que faz dentadura ou prótese desencaixar ou incomodar;
    • Dentes que ficam moles ou frouxos na gengiva ou dor ao redor dos dentes;
    • Mau hálito persistente;
    • Perda de peso inexplicável.

    Os tratamentos variam e podem incluir cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A escolha depende do estágio da doença, tipo do tumor, chances de cura e impacto na fala, mastigação ou deglutição do paciente. 

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