Dia Mundial do Câncer: conheça os diferentes tipos de tratamento

    O Dia Mundial do Câncer é lembrado em 4 de fevereiro. Trata-se de uma iniciativa organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS). Uma data criada com o objetivo de aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar positivamente as pessoas para que cada vez mais se mobilizem e busquem a prevenção.

    O câncer é uma doença que ocorre por conta de mutações celulares ou alterações da estrutura genética (DNA) das células. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, existem diagnosticados mais de 100 tipos de câncer. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma equivale a cerca de 30% de todos os tumores registrados no Brasil, que ainda apresenta:

    • Próstata (31,7% em homens);
    • Mama feminina (29,5% em mulheres);
    • Cólon e reto (9,4% em mulheres e 8,1% em homens);
    • Colo do útero (8,1% em mulheres);
    • Traqueia, Brônquio e Pulmão (8,7% em homens e 6,2% em mulheres).

    Aproveitando a data, o médico oncologista Bruno Azevedo, que faz parte do Hospital São Vicente, de Curitiba (PR), explica as principais diferenças entre cirurgia, quimioterapia, radioterapia e a tão falada imonoterapia ou terapia biológica.

    Cirurgia: remoção de parte ou de todo o tumor, ou correção de problemas causados pela doença. O procedimento cirúrgico depende da localização do tumor e dos seus efeitos, ou órgãos envolvidos. Vale dizer ainda que esta área também tem crescido muito nos últimos anos e que o futuro está cada dia mais perto. Podemos afirmar isso, uma vez que a tecnologia está cada dia mais presente nas cirurgias. A Cirurgia Robótica já é uma realidade e é uma evolução da cirurgia laparoscópica, com instrumentos de grande precisão e variações de movimentos. Os benefícios da cirurgia minimamente invasiva em geral incluem menor sangramento durante a cirurgia, menos dor no pós-operatório, recuperação mais rápida, entre outros, quando comparado à cirurgia convencional. “Mas vale dizer ainda que é uma realidade distante da grande população, devido aos custos elevados, uma vez que os procedimentos ainda não estão citados entre os obrigatórios para cobertura nos planos de saúde”, explica.

     

    Quimioterapia: remédios para controle ou destruição das células tumorais. Essas medicações podem ser administradas das mais variadas formas, como por exemplo: endovenosa, subcutânea e via oral.

     

    Radioterapia: nessa modalidade de tratamento utilizam-se radiações ionizantes (raio-x e raio-gama, por exemplo) com o objetivo de eliminar células tumorais, ou para reduzir a chance de que um tumor removido com cirurgia retorne. Essa forma de energia pode ser produzida através de aparelhos específicos, denominados aceleradores, ou através de materiais radioativos colocados próximos ao corpo do paciente ou diretamente na área a ser tratada. Não provoca dores durante sua aplicação e também não é visível durante a sessão de tratamento. Os efeitos colaterais da radioterapia estão relacionados à área do corpo tratada, sendo assim, variado entre os pacientes.

    Imonoterapia ou terapia biológica – não é mais apenas o futuro da oncologia, mas parte da realidade. O que ela faz é basicamente estimular o sistema imunológico da pessoa. Inicialmente, seu uso era restrito ao tratamento de melanoma, mas os estudos na área avançaram muito nos últimos anos e permitiram a expansão da aplicabilidade para outros tipos da doença. Quando bem-sucedido, o método propicia respostas duradouras do sistema imunológico, que passa a ter uma espécie de memória contra o tumor. Além disso, os efeitos do tratamento são muito menos agressivos quando contrapostos às abordagens tradicionais.

    “A imunoterapia nos permite direcionar o tratamento contra células tumorais. Um exemplo muito prático: na quimioterapia convencional, não consigo selecionar a célula tumoral, então vou ter efeitos colaterais como queda do cabelo, alteração da função intestinal e gástrica do paciente, alteração na formação de glóbulos vermelhos etc. Nessa nova abordagem, isso não acontece”, finaliza Bruno Azevedo.