Campanha mostra reação de profissionais da saúde com negação da pandemia

    O início da vacinação contra a Covid-19 despertou esperança, mas também acendeu um sinal de alerta para as autoridades em saúde: o risco de relaxamento do distanciamento social e do uso de máscaras por parte da população, cuidados que ajudam a salvar vidas e não poderão ser dispensados tão cedo.

    Para despertar a consciência e a responsabilidade dos curitibanos, a Prefeitura Municipal lançou nesta terça-feira (23 de fevereiro), em suas redes sociais, uma campanha com depoimentos reais e espontâneos dos profissionais que trabalham na linha de frente da Covid-19. Com o mote “Nossa luta depende da sua”, médicos, enfermeiras, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem, socorristas do Samu relatam seus sentimentos em relação ao comportamento negacionista de parte da população com a gravidade do vírus e da pandemia. 

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    “Heróis são os que ficam em casa, heróis são aqueles que realmente preservam sua família”, diz Edson Tavares, técnico em enfermagem da Unidade de Saúde Tapajós.

    Para Daniele Sukoski, enfermeira socorrista do Samu, o choque de realidade na sociedade é necessário, especialmente agora com o aumento do número de infectados e de atendimentos nos serviços de saúde.

    “A gente passa de ambulância e ainda vê gente na rua sem usar máscara. O sentimento é de indignação. Dá vontade de falar assim: vem aqui fazer um plantão comigo, ver o que eu vejo por um dia ou por um atendimento. Não precisa mais que isso”, fala Daniele.

    Fisioterapeuta de UTI há 14 anos, Regiane Borsato é intensivista do Hospital Vitória, uma das unidades que atendem exclusivamente Covid-19 na cidade. Para a profissional, se as pessoas pensassem mais nelas e no próximo, o número de contaminados seria muito menor. “Trabalho há 14 anos em UTI, claro que sempre vi pacientes graves, mas nunca nessa quantidade, nunca famílias internadas juntas, nunca tivemos pai e filho entubados juntos. Esses dias morreu um senhor e sabe como ele se infectou? Numa roda de truco. As pessoas não valorizam esse vírus”, disse Regiane.

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