A busca por mais saúde faz brasileiros de menor renda mudarem alimentação, segundo uma pesquisa inédita encomendada pelo programa EscolhaVeg, desenvolvido pela ONG Mercy For Animals (MFA) no Brasil. O levantamento aponta que os brasileiros com renda inferior a quatro salários-mínimos por mês estão consumindo mais produtos à base de plantas com esse objetivo.
A pesquisa, que entrevistou 500 pessoas em setembro de 2021 em todas as regiões do país – a maioria das classes D/E (42,3%) e C (37,9%) -, revela que 97,6% das classes D/E apontaram em primeiro lugar a saúde como principal motivação para a mudança alimentar. Do total de entrevistados, 78% também indicaram a saúde como elemento principal da substituição.
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Os alimentos à base de plantas são aqueles de origem 100% vegetal, in natura ou processados, como grãos, cereais, legumes, verduras, frutas e sementes. A pesquisa também considerou nesta categoria os produtos que recriam, a partir de ingredientes 100% vegetais, a textura, cor e sabor de alimentos de origem animal.
No levantamento, feito pela empresa de pesquisa de consumo Cint visando entender melhor as percepções e comportamentos dos brasileiros sobre a alimentação à base de plantas, apenas 8,5% dos respondentes declararam ter uma dieta vegetariana estrita ou vegana.
O estudo também indicou que a maioria dos entrevistados (53%) considera os produtos à base de plantas como substitutos da proteína animal, enquanto 47% veem como alimentos adicionais na sua dieta. Entre os jovens, essa percepção ganha ainda mais força, uma vez que 64%, entre 25 e 34 anos, declaram utilizar produtos à base de plantas como substituição aos de origem animal.
A busca por mais saúde faz brasileiros de menor renda mudarem alimentação e também a alterarem seu comportamento como consumidores, mexendo no mercado. Para Julia Seibel, gerente do programa EscolhaVeg, desenvolvido pela MFA para auxiliar empresas a incluírem e promoverem opções à base de plantas, o resultado é promissor considerando que o lançamento dos primeiros produtos análogos aos de origem animal no Brasil ocorreu em 2019. “É impressionante ver a popularidade que eles ganharam em apenas dois anos. O crescimento desse mercado, com mais variedade de marcas, produtos e preços, além da presença mais forte em diferentes regiões do Brasil, pode fortalecer ainda mais a preferência do consumidor por essas alternativas”, destaca Julia.
Aceitação dos plant-based
À medida que esses novos produtos chegam aos supermercados e restaurantes, o conhecimento de opções vegetais já é expressivo – 77% dos entrevistados concordaram fortemente ou concordaram ter familiaridade com esses tipos de produtos e 84% relataram ter uma visão favorável. Além disso, 78% dos respondentes disseram que, provavelmente, contariam às pessoas em sua rede social sobre uma empresa que oferece alternativas vegetais e 66% declararam que teriam maior probabilidade de visitar tal estabelecimento.
“Isso sinaliza que os interessados em oferecer alternativas à base de plantas aos clientes devem promover com orgulho suas opções vegetais, fazer a conexão com o tema saúde, oferecer opções mais populares e indulgentes, como hambúrgueres, e encorajar os consumidores a experimentarem os produtos pela primeira vez”, recomenda Julia Seibel.
A pesquisa ainda indicou que 63% já compram produtos à base de plantas regularmente no Brasil. Esse comportamento reflete as estimativas de crescimento do setor no país – relatório recente do Euromonitor indica que o mercado de proteína alternativa crescerá de US$ 20,7 bilhões para US$ 23,2 bilhões nos próximos quatro anos. Em nível mundial, segundo a Bloomberg Intelligence, o mercado deve crescer de US$ 29,4 bilhões em 2020 para US$ 162 bilhões em 2030.
Confira o estudo que mostra como a busca por mais saúde faz brasileiros de menor renda mudarem alimentação clicando aqui.
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