Brasil tem queda histórica no índice de vacinação e expõe bebês prematuros à grave risco

    A pandemia do coronavírus trouxe diversos agravantes quando falamos de saúde pública e um deles está relacionado a imunização infantil, incluindo bebês prematuros. E, no contexto das ações do Novembro Roxo, mês de sensibilização global para a causa da prematuridade, o debate se faz ainda mais necessário.  

    Segundo os índices do Programa Nacional de Imunização (PNI), até o início de outubro, a cobertura vacinal contra doenças como sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite, estava em 56,68%. A meta mínima é entre 90% e 95%. Esses números reforçam uma preocupação que vem crescendo desde o ano passado. Em 2019, pela primeira vez na história, nenhuma vacina alcançou a meta mínima de imunização. Diante do Covid-19, o principal motivo para essa queda é o medo de ir até o posto de saúde. Ainda sim, a baixa percepção de risco da população sobre doenças erradicadas, a dificuldade no acesso e desabastecimento dos postos de saúde também influenciam.

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    Nesse contexto, um recorte especialmente vulnerável são os bebês prematuros, isto é, nascidos quando acontece antes de 37 semanas de gestação. De acordo com Denise Leão Suguitani, fundadora e Diretora Executiva da ONG Prematuridade.com, essas crianças devem receber todas as vacinas do calendário do Ministério da Saúde, mas há também outras imunizações essenciais para garantir que esses pequenos estejam protegidos contra infecções potencialmente fatais. 

    “A situação como um todo precisa de atenção, mas se tratando de prematuros o cuidado deve ser redobrado. Esses bebês são mais vulneráveis, por isso é muito importante que o calendário vacinal seja seguido à risca. Não vacinar o prematuro pode levá-lo à reinternação hospitalar e pode ainda trazer graves e permanentes sequelas à sua saúde. É um quadro gravíssimo”, destaca Denise.

    Segundo a diretora da ONG, os prematuros possuem um calendário de vacinação especial e contam com o apoio dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), que são responsáveis por facilitar o acesso da população na prevenção das doenças e imunização. “Entendemos a questão do coronavírus e do distanciamento social, mas é preciso sensibilizar a população de que a vacinação precisa continuar acontecendo. Não há negociação quanto a isso e pais e profissionais de saúde devem estar conscientes disso”, pondera.

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