A pandemia de Covid-19 fez com que a população de forma geral tivesse que lidar com uma série de inseguranças, medo e ansiedade, o que resultou em insônia, depressão e outros tipos de crise. E isto fez com que muitas pessoas procurassem – e muitos médicos recomendassem – medicamentos para auxiliar nesta fase. Isto fez com que houvesse um aumento no uso de medicamentos controlados durante a pandemia. No entanto, estes eram problemas persistentes no pré-pandemia e há preocupação com o pós-pandemia.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o país mais ansioso do mundo, desde 2017. Neste ano, são 18,6 milhões de brasileiros que apresentam algum tipo de transtorno de ansiedade – o que corresponde a 9,3% dos brasileiros. Em outra pesquisa, realizada pelo Ministério da Saúde, feita com 17.491 brasileiros com idade média de 38,3 anos, variando entre 18 e 92 anos, durante os meses de abril e maio de 2020, revelou que 8 entre 10 brasileiros estavam sofrendo de algum transtorno de ansiedade.
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Ainda de acordo com a OMS, antes da pandemia cerca de 40% dos brasileiros já sofriam com algum distúrbio de sono. Agora, este problema só aumentou.
“É uma realidade. Infelizmente, por conta de todo o estresse provocado pelo momento que estamos vivendo, a população tem buscado diretamente pelo uso de medicamentos tarjados, incluindo até os com tarja preta. Talvez por falta de informações ou pela busca de um possível resultado imediato, a verdade é que, muitas vezes, ao invés de iniciar um tratamento que pode ser muito agressivo ao organismo em diversos aspectos, as pessoas poderiam procurar por fitoterápicos e obter bons resultados no tratamento, sem o risco da dependência”, alerta Rita de Cássia Salhani Ferrari, geriatra e Fellowship no Geriatric Medicine Program na University of Pennsylvania, responsável pelo departamento de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Marjan Farma.
Segundo dados da IQVIA, líder global no uso de informação, tecnologia, análises avançadas e expertise humana para a área da saúde, a busca por tratamento com antidepressivos e estabilizadores de humor cresceu 44% de fevereiro de 2020 a janeiro de 2021. Especialidades como ginecologia e obstetrícia, que permaneceram abertos na pandemia por conta do tipo de atendimento, também tiveram um aumento relevante na prescrição de antidepressivos. “É preciso que haja um uso consciente, sem excessos, assim como já se evidencia no caso dos antibióticos. Afinal, todo medicamento possui seus efeitos colaterais, além de possíveis consequências com tratamentos a longo prazo”, reitera Rita.
A busca por remédios nesta linha continua mesmo depois das fases mais agudas da crise sanitária, evidenciando o aumento no uso de medicamentos controlados durante a pandemia. Uma pesquisa realizada com a base de dados da Medipreço, startup parceira no cuidado à saúde e bem-estar de colaboradores de empresas, e do painel de monitoramento de produtos controlados da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostrou que o consumo de antidepressivos na região Sul cresceu 37,7% durante a pandemia do Covid-19 – 61% acima da média nacional, que foi de 23,4%. Em 2021, o aumento é de 11% comparado com o volume de medicamentos vendido no ano passado.
Já a compra de ansiolíticos teve um avanço de 12% neste ano, em relação ao ano anterior. A região foi considerada a segunda maior consumidora desses medicamentos, atrás apenas do Sudeste. O levantamento considerou medicamentos psiquiátricos com as seguintes substâncias: Fluoxetina, Escitalopram, Mirtazapina, Citalopram, Diazepam, Bromazepam, Alprazolam e Lorazepam.
Os dados relacionados à 2021 neste levantamento foram obtidos até o mês de julho. Segundo a Medipreço, a previsão é de que neste ano sejam vendidos mais de 31 milhões de remédios antidepressivos e mais de 25 milhões de ansiolíticos no Brasil – sendo 7,7 milhões e 4,9 milhões deles, respectivamente, na região Sul.
De acordo com a pesquisa, os medicamentos antidepressivos são mais consumidos por pessoas com 34, 33 e 23 anos (nesta ordem). Já os ansiolíticos foram mais consumidos por pacientes com 24, 36 e 31 anos.
* Com informações das assessorias de imprensa
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